O grupo LUME (acrónimo para Lisbon Underground Music Ensemble) prepara-se para editar o seu terceiro disco de originais. O novo álbum, com o título Las Californias, será editado pela Clean Feed, com o apoio da Fundação GDA e da Antena 2. Segundo Marco Barroso, criador e diretor de LUME, este disco é “uma espécie de antídoto para o mundo em que hoje vivemos”. Esta nova música será estreada ao vivo a 2 de outubro no CCB em Lisboa, seguindo-se uma digressão que passa pelo Seixal Jazz, pela Casa da Música e pelo Festival Jazz ao Centro. Segundo Marco Barroso, criador e diretor do LUME, o álbum é “uma espécie de antídoto para o mundo em que hoje vivemos”. Em digressão, o ensemble será composto por Marco Barroso no piano, Manuel Luís Cochofel na flauta, Paulo Bernardino no clarinete soprano, João Pedro Silva no saxofone soprano, Tomás Marques no saxofone alto, Gonçalo Prazeres no saxofone tenor, Gabriela Figueiredo no saxofone barítono, Gileno Santana, João Silva e Ricardo Carvalho nos trompetes, Rúben da Luz, Eduardo Lála e Mário Vicente nos trombones, Miguel Amado no baixo elétrico e Vicky Marques na bateria. Aqui fica a agenda completa da digressão.
2 Out. | Centro Cultural de Belém, Lisboa
14 Out. | Vilnius Jazz Festival, Lituânia
16 Out. | Seixal Jazz, Fórum Cultural do Seixal, Seixal
19 Out. | Outono em Jazz, Casa da Música, Porto
22 Out. | Skopje Jazz Festival, Skopje, Macedónia
29 Out. | Festival Jazz Ao Centro, TAGV, Coimbra
14 Out. | EFG London Jazz Festival, Londres, Reino Unido
O quarteto Al-jiçç acaba de editar um novo disco. Chants é o quinto registo do quarteto que junta Nuno Damião (guitarra, teclados), Gonçalo Lopes (clarinete e clarinete baixo), Ricardo A. Freitas (baixo eléctrico) e Jorge Lopes Trigo (percussão). A banda apresenta este novo trabalho: “Foi composto e produzido durante a pandemia, com os músicos a gravarem individualmente as suas partes. A música partiu de seis temas compostos em piano, que serviram de base harmónica para as improvisações. Estas improvisações foram editadas e manipuladas, tendo a fase da mistura e pós-produção um papel fundamental na construção do disco. Mantendo as melodias de inspiração mediterrânica como marca, em Chants estas foram fundidas num universo influenciado pela fase elétrica de Miles Davis com Teo Macero (em “Route”), pelo Dub ( em “Zadar”) ou a electrónica mais ambiental ( em “Lost Sign”). Este disco representa uma nova fase de Al-Jiçç, utilizando o lado melódico como ponto de partida para universos mais electrónicos e contemporâneos.” O disco já está disponível online e o CD físico será disponibilizado para venda em Outubro.
O Ermo do Caos apresenta a segunda temporada do Ciclo Entropia, com curadoria de Pedro Melo Alves. O baterista e compositor apresenta um ciclo de “música exploratória, não-conformista, aberta à possibilidade”. Para esta temporada estão reunidos 17 concertos em 12 datas, com música contemporânea, experimental, eletrónica e improvisada. Pedro Melo Alves apresenta o programa: “Algumas são propostas inéditas, que surgem de desafios lançados aos músicosm de propósito para este ciclo, como é o caso dos solos do João Grilo, Sofia Sá, Mané Fernandes e do Marcos Cavaleiro (de assinalar que será o primeiro solo do Marcos, na sua longa e brilhante carreira como líder e sideman) e do dueto de Venus Paradise com Diamantino Rolha e do dueto de João Miguel Braga Simões (Drumming GP, Panda Trash Collective) com Igor C. Silva.”
O Ermo do Caos fica situado na Rua do Amparo 99, no Porto, tem lotação limitada e as reservas devem ser feitas para o endereço info@ocaos.eu. Esta nova temporada do Ciclo Entropia arrancou no passado dia 5 de Setembro, com a actuação de Fashion Eternal, de Bruno Aires e João Valinho, e vai agora apresentar espectáculos até Dezembro. Aqui fica a agenda completa.
5 Set. | 19h | Fashion Eternal – Bruno Aires e João Valinho
O baterista e compositor Mário Costa, que se notabilizou com a edição do disco Oxy Patina (Clean Feed, 2018), vai agora apresentar um novo projecto a solo. Natural de Viana do Castelo, Costa é um dos mais activos e versáteis bateristas do jazz português contemporâneo, colaborando em projectos com músicos como nacionais como João Mortágua, Hugo Carvalhais, Carlos Bica, Mário Laginha e músicos internacionais como Émile Parisien, Michel Portal, Joachim Kühn ou Andy Sheppard (no recente quarteto Costa Oeste), além de acompanhar músicos pop como Miguel Araújo, António Zambujo e Ana Moura. O novo projecto Oxy Patina – Circum-Navegação – Solo será apresentado no dia 19 de Setembro no Land Art Festival, em Sever do Vouga. O músico está também a preparar o lançamento do seu segundo disco como líder, Oxy Patina IV, que será apresentado em 2022.
André Matos, André Carvalho e José Soares (Fotografia: José Sarmento Matos)
Depois de ter apresentado em 2019 o álbum The Garden of Earthly Delights, o contrabaixista André Carvalho prepara-se para lançar um novo disco. Nas palavras do autor, este novo Lost In Translation é “inspirado em palavras intraduzíveis, com o objectivo de traduzir o intraduzível através da música. O conceito surge da dificuldade de querermos dizer algo mas não encontrarmos a palavra certa. Por vezes, ela está mesmo debaixo da língua, outras ela simplesmente não existe. Pelo menos, na língua portuguesa. E por mais fascinante que a língua portuguesa seja, continuamos muitas vezes com dificuldade em expressar uma determinada ideia utilizando apenas uma palavra.”
Neste novo projecto, o contrabaixista André Carvalho junta-se ao saxofonista José Soares e ao guitarrista André Matos; em alguns dos temas, junta-se ainda o trompetista João Almeida. O disco será editado no dia 15 de Outubro e já tem concertos agendados em Lisboa, Setúbal, Porto e Coimbra.
Em Março de 2020, o Humanization 4tet, grupo liderado pelo guitarrista Luís Lopes, editou o disco Believe, Believe. O quarteto tinha planeado uma grande tour europeia, que na altura foi cancelada e que vai agora, finalmente, acontecer. A acompanhar a guitarra de Lopes estarão Rodrigo Amado (saxofone tenor), Aaron Gonzalez (contrabaixo) e Stefan Gonzalez (bateria). Sobre o disco novo, já aqui escrevemos: “Entre o jazz e o rock, conduzidos por saxofone e guitarra em diálogo e uma secção rítmica enérgica, o Humanization 4tet é responsável por alguma da música mais ardente feita por músicos portugueses nos últimos anos. Este novo volume (…) mostra o quarteto em excelente forma, a queimar terreno numa música assente em composições simples que servem de rastilho. O quarteto desbasta uma música intensa que cruza jazz, rock, improvisação e funk, sempre a direito.” O quarteto vai atravessar a Europa em actuações entre o fim de Setembro e o mês de Outubro, com concertos na Alemanha, Suíça, Holanda, Bélgica, Noruega, Suécia, Polónia e Rússia, fechando a tour com actuações em Portugal. Aqui fica a agenda completa da tour europeia.
Setembro 29 – Ausland, Berlim (Alemanha) 30 – Local a confirmar, Berlim (Alemanha)
Outubro 1 – Saarbrucken Festival – Workshop, Saarbrucken (Alemanha) 2 – Saarbrucken Festival – Concerto, Saarbrucken (Alemanha) 3 – Saarbrucken Festival – Jams, Saarbrucken (Alemanha) 5 – Misterioso Jazz Club, Zurique (Suíça) 6 – Local a confirmar, Bona (Alemanha) 7 – De Ruimte, Amsterdão (Holanda) 9 – The Singer, Rijkevorsel (Bélgica) 10 – Kulturspeicher, Leer (Alemanha) 11 – Stillverk1, Trondheim (Noruega) 12 – Blow Out!, Kafé Haerverk, Oslo (Noruega) 13 – Brötz, Gotemburgo (Suécia) 15 – DOM Cultural Centre, Moscovo (Rússia) 16 – Local a confirmar, Yaroslavl (Rússia) 17 – Local a confirmar, São Petersburgo (Rússia) 18 – Spontaneous Music Tribune Festival, Dragon Club, Poznań (Polónia) 19 – Local a confirmar (Polónia) 21 – Grémio Caldense, Caldas da Rainha 22 – Jazz ao Centro, Coimbra 23 – Teatro do Bairro Alto, Lisboa 24 – Local a confirmar, Portugal
Acaba de ser apresentada a programação completa da 22.ª edição do festival Angrajazz. O festival da Ilha Terceira realiza-se nos dias 1, 2 e 4 de Outubro, apresentando um total de seis concertos no seu palco habitual, o Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo. Os bilhetes estarão à venda a partir de 15 de Setembro.
O contrabaixista Miguel Ângelo acaba de editar o disco Dança dos Desastrados, o terceiro álbum ao leme do seu quarteto. Neste grupo o contrabaixista tem a companhia de João Guimarães no saxofone, Joaquim Rodrigues no piano e Marcos Cavaleiro na bateria. Para este novo disco, Miguel Ângelo teve a preocupação de “criar um objeto diferente, com vida própria, onde a partir da fantástica capa concebida pela artista Maria Mónica, idealizei e criei um site/plataforma/jogo que é uma extensão da própria capa” – link aqui.
Depois de se ter estreado com Branco (2013), o quarteto confirmou a sua qualidade com a edição do disco A Vida de X (2016), mostrando um jazz sólido assente em composições fortes. Pelo meio, Ângelo publicou um excelente disco a solo, I think I’m going to eat dessert (2017), e um novo trio, MAU, com Mário Costa e Miguel Moreira. Novamente editado com o selo Carimbo Porta-Jazz, este Dança dos Desastrados é mais um passo em frente desta formação que reúne quatro excelentes instrumentistas, uma formação bem oleada que pratica um jazz aceso.
O contrabaixista Miguel Ângelo vai agora apresentar este trabalho ao vivo. Aqui fica a agenda dos próximos espectáculos do quarteto.
27 Ago | Porta-Jazz ao Relento, Jardins do Palácio de Cristal, Porto
5 Set | Jazz em Fiães, Santa Maria da Feira
2 Out | Festival Soberao Jazz, Sevilha
3 Out | Clube de Tavira
4 Out | Club Farense, Faro
5 Out | Associação Musical Capricho Setubalense, Setúbal
Ainda em início de actividade, a editora Roda Music já se afirmou na cena jazz nacional com os seus primeiros lançamentos. Agora, a editora prepara o seu primeiro festival, que se realiza entre os dias 16 e 19 de Setembro, em Coimbra, em três palcos: Salão Brazil, Casa das Artes Bissaya Barreto e Teatro da Cerca de São Bernardo. O festival apresenta um conjunto de músicos ligados à editora, destacando-se as estreias de Pedro Branco a tocar Marco Paulo (em trio com João Hasselberg e João Sousa) e do Quarteto de Pedro Moreira, bem como as estreias e lançamentos dos álbuns MATH Trio de João Mortágua e Faro Oeste do Quinteto de Luís Cunha. Ao programa junta-se ainda o trio que editou o disco de estreia da editora, Círculo (Rita Maria, Luís Figueiredo e Mário Franco), o pianista André Cardoso com o projecto solo À procura da mão direita (repertório pianístico português do séc. XXI para a mão esquerda) e os Electroville Jukebox (Rodrigo Pires de Lima no saxofone, José Grossinho na guitarra e João Dias na percussão, com o guitarrista convidado Rui Batista). Aqui fica o programa completo do festival.
16 Set, 21h00 | Salão Brazil Pedro Branco toca Marco Paulo
17 Set, 15h00 | Casa das Artes Bissaya Barreto Workshop: Pedro Branco e João Sousa “Old Mountain: Abordagens à Composição e Performance no Jazz Contemporâneo”
17 Set, 21h00 | Teatro da Cerca de São Bernardo Quarteto de Pedro Moreira
17 Set, 23h00 | Salão Brazil João Mortágua MATH Trio
18 Set, 15h00 | Casa das Artes Bissaya Barreto Conferência: Pedro Moreira “Improvisação como Composição / Composição como Improvisação”
18 Set, 21h00 | Teatro da Cerca de São Bernardo André Cardoso À procura da mão direita
18 Set, 23h00 | Salão Brazil Quinteto de Luís Cunha Faro Oeste
19 Set, 21h00 | Teatro da Cerca de São Bernardo Rita Maria / Luís Figueiredo / Mário Franco Círculo
Contrabaixista e compositor, Bernardo Moreira tem sido uma figura de proa do jazz nacional nos últimos trinta anos, uma das suas figuras quase omnipresentes, além de ser membro da “família real” do jazz nacional, o histórico clã Moreira. Contrabaixista notável, Bernardo tem trabalhado a tradição musical portuguesa nos vários projectos onde se envolve, como o trio de Mário Laginha, o grupo de Cristina Branco ou o novo trio Sul – Songs from the Southwest (com Luís Figueiredo e Bernardo Couto). Um dos trabalhos mais relevantes da sua vasta discografia (entre gravações como líder, co-líder ou sideman) será sem dúvida o disco Ao Paredes Confesso, gravado em sexteto em 2002.
Nesse disco, Moreira propôs-se a uma empreitada desafiante: “jazzificar” a música de Carlos Paredes, combinando as suas melodias com elementos do jazz. E o próprio Paredes foi pioneiro na tentativa de ultrapassar fronteiras de géneros musicais, desde logo ao aceder a um diálogo musical da sua guitarra portuguesa com o contrabaixo de Charlie Haden (encontro registado no disco Dialogues, de 1990). Cruzando universos sonoros, Ao Paredes Confesso ficou cristalizado como um verdadeiro marco para a música nacional. Quase 20 anos depois, Moreira volta a atirar-se ao cancioneiro de Paredes, mas com o cuidado de não repetir a fórmula.
Com um grupo diferente, Moreira propõe uma abordagem distinta. Desta vez, o contrabaixo de Bernardo Moreira conta com a companhia de Tomás Marques (saxofone alto), João Moreira (trompete), Mário Delgado (guitarra elétrica), Ricardo J. Dias (piano) e Joel Silva (bateria). Numa recente entrevista ao jornal Público, Bernardo Moreira explica: “O outro disco foi basicamente um conjunto de músicos de jazz a chamarem o Carlos Paredes para junto de si, um disco de jazz feito por músicos de jazz. Neste, fizemos o processo contrário: pensei que desta vez fazia sentido juntar uma série de músicos com experiências também na área da música popular portuguesa e irmos nós ao encontro do Carlos Paredes, respeitando muito mais a respiração de toda aquela música sem a forçar a vir para o jazz. Aqui, fomos nós a ir ter com ele.”
O disco de 2002 incluía quatro temas de Carlos Paredes e três composições originais de Moreira. Este novo disco inclui seis temas de Paredes: “António Marinheiro”, “Mudar de Vida”, “Canto de Amor”, “Verdes Anos”, “Serenata do Tejo” e “Canto do Amanhecer”. Juntam-se mais dois: “Além de Navio Triste” (música de Ricardo J. Dias) e “A morte saiu à rua” (de José Afonso). A única composição que se repete em ambos os discos é “Verdes Anos”, mas a diferença de interpretação é representativa da diferença de abordagem: se no primeiro disco se tratava de uma versão mais jazzística e compacta (pouco mais de dois minutos), neste nova versão ultrapassa os seis minutos, com trompete e piano a dialogarem longamente, planando sem amarras.
Este novo Entre Paredes revela uma música mais fluída, sem a necessidade de mostrar que se trata de jazz, é apenas música – e as marcas do jazz estão lá, naturalmente, sem serem forçadas. As melodias de Paredes são a âncora e o sexteto trata de as explorar, respeitando a essência, acrescentando novas cores. A qualidade individual dos intérpretes trata ainda de acrescentar brilho (destaque para alguns momentos do trompete de João Moreira, irmão do contrabaixista, e do saxofone de Tomás Marques, jovem talento em processo de afirmação meteórica). Atravessando mundos e reinventando a tradição, este disco fica para a história da música nacional.