“Jazz original que vai picar às mais diversas fontes. O trio de Sérgio Carolino, Mário Delgado e Alexandre Frazão chega ao terceiro disco com a energia de sempre.”
Texto publicado no suplemento Ípsilon do jornal Público, edição de 14 de Junho de 2019.
O festival Matosinhos em Jazz regressa durante o mês de Julho. O programa apresenta nomes sonantes da nova geração do jazz português e alguns nomes internacionais, com concertos aos sábados e domingos às 18h00 no Jardim Basílio Teles (Coreto). Por Matosinhos vão passar: Ricardo Toscano (dia 6), Inês Pimenta (dia 7), Joe Armon Jones (dia 13), Bruno Pernadas (dia 14), Salvador Sobral (dia 20) e Susana Santos Silva (dia 21). O festival encerra com dois concertos de duas orquestras: Orquestra Jazz de Matosinhos com Fay Claassen (dia 26) e Avishai Cohen (contrabaixista) com Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. Os concertos das orquestras acontecem na Praça Guilhermina Suggia às 22h00. O festival promove ainda uma exposição, no Jardim Basílio Teles, com a recriação de capas de discos históricos por quatro artistas portugueses: Bráulio Amado, Kruella D’Enfer, Catarina Glam e Pedro MKK.
Os Mn’JAM experiment são um projecto de música experimental que cruza elementos de música electrónica, pop alternativa, improvisação e jazz. O grupo apresenta-se como “uma viagem musical entre som e imagem e tem como características englobar jovens músicos de diferentes nacionalidades e cujas influências são as mais diversas”. O grupo teve a sua estreia discográfica em 2016 com a edição do CD/DVD “Live with a Boom” (339 Records).
O coletivo tem uma pequena tour agendada em Portugal, com concertos em Lisboa (MAAT, 8 Julho, 19h00), Castelo Branco (Museu Cargaleiro, 12 Julho, 21h45) e Caldas da Rainha (Centro Cultural e de Congressos, 13 Julho, 22h00). Ao vivo irão apresenta-se Melissa Oliveira (“M”, vozes), João Artur Moreira (“JAM”, artista visual e eletrónica), Matt Adomeit (contrabaixo), Virxilio da Silva (guitarra), Péter Somos (bateria) e o convidado Casey Benjamin (saxofones, músico que integra o projecto Robert Glasper Experiment e tem colaborado com Q-Tip, Mos Def e Stefon Harris).
Nos dias 14 e 15 de Junho há Jazz no Jardim, um novo festival promovido pelo Município do Marco de Canaveses. O Jazz no Jardim, o primeiro festival de jazz realizado na região, vai apresentar concertos de Manuel Linhares e Ricardo Toscano Quarteto (sexta, dia 14) e M.I Quartet e Bruno Pernadas (sábado, dia 15). Todos os concertos têm lugar no Jardim Municipal de Marco de Canaveses, fazendo jus ao título, e têm entrada livre.
No fim de Junho vai haver jazz no Barreiro. O novo festival Jazz no Parque é organizado pela Câmara Municipal do Barreiro, em parceria com a Escola de Jazz do Barreiro, e a programação é da responsabilidade de Jorge Moniz, baterista e educador barreirense. O festival realiza-se nos dias 28, 29 e 30 de Junho e apresenta concertos de Bobo Stenson Trio, Sexteto Jazz de Lisboa, Big Band da Escola de Jazz do Barreiro, Jakob Bro Trio, Ricardo Toscano Quarteto, Eduardo Cardinho Quarteto e TGB. Aqui fica o programa completo do festival.
28 Jun, 22h00: Bobo Stenson Trio
28 Jun, 23h00: Sexteto Jazz de Lisboa
29 Jun, 19h00: Big Band da Escola de Jazz do Barreiro
29 Jun, 22h00: Jakob Bro Trio
29 Jun, 23h00: Ricardo Toscano Quarteto
30 Jun, 19h00: Eduardo Cardinho Quarteto
30 Jun, 21h30: TGB
O multi-instrumentista Gunter Hampel (n. 1947) é uma figura histórica do jazz criativo europeu. Editou discos marcantes como “Heartplants” (1964) ou “The 8th of July 1969” (1969) e foi lendária a sua parceria com a cantora Jeanne Lee (1939-2000) – que foi também sua companheira de vida. Em Julho de 2009 Gunter Hampel actuou no festival Jazz Im Goethe-Garten, em Lisboa. Esta conversa aconteceu depois desse concerto (23 de Julho) e foi publicada na revista Jazz.pt #37.
Nasceu na Alemanha em 1937. Como aconteceram os seus primeiros contactos com o jazz?
Tendo nascido no ano de 37, eu ainda vivi a Segunda Guerra Mundial. Após a guerra os americanos ficaram e nessa altura conheci uns soldados americanos negros. Eu era um miúdo, tinha uns oito anos, e tocava o acordeão. Eu ia ter com eles porque eles tinham selos, pastilhas elásticas e bananas – coisas que eu nunca tinha visto antes – e uma vez levei o acordeão. Um dos soldados começou a tocar guitarra e tive aí a minha primeira jam session. Nessa altura comecei também a ouvir a música da rádio das forças americanas e um dia ouvi o Louis Armstrong. Na altura não percebi as palavras, mas entendi o significado daquela música, nunca tinha sentido nada como quando ouvi aquela música incrível, que me deixou estupefacto. Continuei a ouvir essas músicas e essa exposição à cultura jazz foi uma coisa que me marcou para o resto da vida. Continue reading “Memória: Entrevista a Gunter Hampel (2009)”→
Já sabíamos que a saxofonista Nubya Garcia iria actuar no ciclo Julho é de Jazz em Braga, ficamos agora a conhecer a programação completa. O ciclo promovido pelo gnration completa-se com mais dois concertos: Mário Costa “Oxy Patina” e Jim Black & Elias Stemeseder “Bunky Swirl” com o convidado Peter Evans. Além dos concertos, o Julho é de Jazz apresenta ainda uma masterclass com o baterista Jim Black. Os concertos têm início às 22h00 e os bilhetes podem ser adquiridos em gnration.bol.pt, balcão gnration e locais habituais. Aqui fica o programa.
11 Jul, 22h00: Mário Costa “Oxy Patina”
12 Jul, 22h00: Nubya Garcia
13 Jul, 14h30: Masterclass Jim Black
13 Jul, 22h00: Jim Black & Elias Stemeseder “Bunky Swirl” + Peter Evans
O trio Trisonte é um grupo atípico, cuja formação se traduz numa configuração pouco comum de guitarra, saxofone e bateria. Na guitarra está Ricardo Barriga, o saxofone é de Gonçalo Prazeres e na bateria fica Luís Candeias (que também grava baixo eléctrico). O trio teve a sua estreia discográfica em 2013, com a edição de “Monster’s Lullaby” (edição Sintoma Records), e chega agora ao segundo disco, com este novo “Emergency Exit”. O trio parte de uma base jazzística e é aí que assenta a natureza da sua música, mas não se fica por aí. Os temas baseiam-se sobretudo em riffs, curtos e fortes, típicos do rock. A música é enérgica e imediata, conquista rapidamente pela urgência. Este segundo disco reúne um total de nove temas, todos originais, de composição repartida entre Barriga e Prazeres. Continue reading “Disco: “Emergency Exit” de Trisonte”→
Coimbra vai acolher a oitava edição do ciclo QuebraJazz. O jazz nacional vai passar pelas históricas Escadas Quebra-Costas entre os dias 19 de Junho e 31 de Agosto. Como habitualmente, os concertos realizam-se ao fim-de-semana e este ano há também concertos em vésperas de feriados. O programa inclui nomes como Lokomotiv, trio Carlos Bica / André Santos / João Mortágua, Kintsugi (João Mortágua e Luís Figueiredo), Demian Cabaud, Desidério Lázaro, Tomás Marques e MCAF Jazz Quartet (André Murraças, Rui Caetano, Hugo Antunes e Pedro Felgar), entre outros. Além dos concertos nas escadas, este ano o festival promove um concerto no Anfiteatro Colina de Camões na Quinta das Lágrimas, numa organização conjunta QuebraJazz e Festival das Artes: Alma Nuestra (de Salvador Sobral e Vitor Zamora) a 25 de Julho. Todos os concertos têm entrada livre e início às 22h30, com excepção do concerto de Alma Nuestra (21h00, 20€). Aqui fica o programa completo.
19 Junho: Dixie Gringos
21/22 Junho: Ricardo Formoso
28/29 Junho: MCAF Jazz Quartet
3 Julho: Lokomotiv
5/6 Julho: Kintsugi
12/13 Julho: Quinteto Demian Cabaud
19/20 Julho: Trio Paulo Bandeira
25 Julho: Alma Nuestra
26/27 Julho: André Fernandes’ Centauri
2/3 Agosto: Carlos Bica + André Santos + João Mortágua
9/10 Agosto: Quarteto Desidério Lázaro
14 Agosto: Quinteto Tomás Marques
16/17 Agosto: Daniel Neto Trio
23/24 Agosto: Quinteto André Carvalho
30/31 Agosto: Quebra Ensemble
“A pareidolia é um fenómeno psicológico que envolve um estímulo vago e aleatório, geralmente uma imagem ou som, sendo percebido como algo distinto e com significado. É comum ver imagens que parecem ter significado em nuvens, montanhas, solos rochosos, florestas, líquidos, janelas embaçadas e outros tantos objetos e lugares. Ela também acontece com sons, sendo comum em músicas tocadas ao contrário, como se dissessem algo. A palavra pareidolia vem do grego para, que é junto de ou ao lado de, e eidolon, imagem, figura ou forma. Pareidolia é um tipo de apofenia.”
É esta a primeira explicação que surge na internet e é esse o nome do novo grupo que trabalha a improvisação livre. Este trio é formado pelo português João Camões (viola) e os franceses Gabriel Lemaire (saxofones alto e barítono e clarinete alto) e Yves Arques (piano). Camões é um jovem músico português que utiliza a viola d’arco e tem trabalhado no campo da improvisação livre, onde se destaca a sua participação nos grupos Open Field String Trio (Marcelo dos Reis e José Miguel Pereira), Earnear (com Rodrigo Pinheiro e Miguel Mira) e Nuova Camerata (com Carlos Zíngaro, Ulrich Mitzlaff, Miguel Leiria Pereira e Pedro Carneiro). Continue reading “Disco: “Selon le vent” de Pareidolia”→