Troll’s Toy: novo disco e concerto com orquestra

(Fotografia: Joana Magalhães)

Os Troll’s Toy – trio de Jorge Loura (guitarra), Gabriel Neves (saxofone) e João Martins (bateria) – têm um novo disco. Em 2019 editaram o seu disco de estreia, 18:05, e apresentam agora a sua continuação, o novíssimo Eksterordinare. Neste novo álbum o grupo apresenta um conjunto de dez temas originais, explorando diferentes ambientes, desde tensão explosiva até momentos de acalmia atmosférica. 

Os Troll’s Toy vão apresentar-se ao vivo em Aveiro, no próximo dia 23 de Julho, às 18h30, num concerto integrado no Festival dos Canais. O trio vai fazer a apresentação do novo disco num concerto especial, onde estará acompanhado pela Orquestra Filarmonia das Beiras. O Festival dos Canais é gratuito, sendo os bilhetes disponibilizados 1h30 antes do início, devendo ser levantados no Museu de Aveiro / Santa Joana.

Sintra acolhe novo festival

Carlos Bica (Fotografia: Vera Marmelo)

Sintra vai acolher um novo festival de jazz. Com direção artística de Ricardo Pinheiro e produção executiva de Luís Hilário, a primeira edição do Festival de Jazz de Sintra vai apostar sobretudo em nomes consagrados da cena jazz nacional. Por Sintra irão passar os pianistas Mário Laginha (a solo) e João Paulo Esteves da Silva (com o trio Brightbird) e um novo grupo que volta a juntar Maria João e Carlos Bica. A estes juntam-se ainda duas formações de grande dimensão: o Coreto Porta-Jazz, uma das grandes forças criativas do jazz nortenho, com direção de João Pedro Brandão; e a Orquestra de Jazz do Hot Clube de Portugal, com o convidado Julian Argüelles, a interpretar música de Duke Ellington. O festival decorre durante os dias 17, 18 e 19 de Setembro, apresentando um total de cinco concertos no Centro Cultural Olga Cadaval. Aqui fica o programa completo.

17 Set, 20h30: Maria João & Carlos Bica Quartet
17 Set, 21h30: João Paulo Esteves da Silva Brightbird
18 Set, 20h30: Mário Laginha Solo
18 Set, 21h30: Coreto Porta-Jazz
19 Set, 17h00: Orquestra de Jazz do Hot Clube de Portugal + Julian Argüelles

Liceu Camões volta a receber Festival Robalo

The Selva (Fotografia: gnration)

Vem aí mais uma edição do Festival Robalo Jazz, que se realiza entre os dias 19 e 23 de Julho. Novamente com o apoio da Antena 2, a 4.ª edição do festival terá como palco o Auditório do Liceu Camões, em Lisboa, e os concertos terão transmissão em directo na rádio. O festival vai acolher actuações de José Diogo Martins (solo), trio Isaque Ferreira / João Paulo Esteves da Silva / João Lobo, Clara Lai (solo), Peachfuzz (novo trio com João Almeida, Norberto Lobo e João Pereira), Paulo Santo Quinteto (a apresentar o disco Águeda), The Selva, Nelson Cascais 6teto (lançamento do disco Remembrance – The poetry of Emily Brontë), Vessel Trio, Peixe-boi e Nazaré da Silva Quinteto (a apresentar Gingko). A entrada é livre, sem bilhetes nem reservas, por ordem de chegada (até atingir 1/3 da capacidade da sala). Aqui fica o programa completo.

19 Jul, 18h00 – José Diogo Martins
19 Jul, 19h30 – Isaque Ferreira / João Paulo Esteves da Silva / João Lobo
20 Jul, 18h00 – Clara Lai 
20 Jul, 19h30 – Peachfuzz
21 Jul, 18h00 – Paulo Santo Quinteto
21 Jul, 19h30 – The Selva
22 Jul, 18h00 – Nelson Cascais 6teto
22 Jul, 19h30 – Vessel Trio 
23 Jul, 18h00 – Peixe-boi
23 Jul, 19h30 – Nazaré da Silva Quinteto

Entrevista: Roman Wroblewski

Roman Wroblewski nasceu na Polónia e vive em Lisboa há vários anos. Pianista com formação clássica, tem explorado diversos géneros musicais, da electrónica à pop. Agora, acaba de editar o disco 3.47 AM, um álbum de piano solo em ambiente sóbrio, pontuado por melodias cativantes (editado em CD e vinyl). Em entrevista, Roman Wroblewski apresenta-se.

Como começaste a tocar? Quem foram as tuas primeiras influências?

Comecei a tocar piano aos cinco anos. Era numa sala pequena num grande prédio e a professora era uma senhora muito velhinha. A senhora Bilbin era muito paciente e gentil. Apaixonei-me imediatamente pelo som do piano e ainda continuo a sentir o mesmo de cada vez que toco. É sempre a mesma aventura: uma certa curiosidade misturada com a experiência de tocar um dos instrumentos mais versáteis do planeta. Até à escola secundária eu só ouvia música clássica. Sempre foi uma experiência muito estranha, quando eu tentava falar sobre as minhas composições favoritas com os amigos da escola. Eu ouvia principalmente compositores românticos e clássicos como Chopin, Beethoven, Dvorak, Schubert e, com um batimento mais rápido, Debussy ou Gershwin. Tudo acabou quando eu pedi aos meus pais que me dessem uma cassete do Fatboy Slim como prenda aos 15 anos. Eles ficaram chocados e, para mim, foi o início de uma nova era.

Porquê o título deste disco, 3:47 AM? 

3:47 AM está ligado ao momento em que fazia esboços de composições, durante as noites sem dormir em Lisboa. Também está ligado ao significado da música. A maioria destas composições está entreaberta e decidi fazer o que o Picasso disse: “Em algum momento, só tens que parar de pintar”. Este é um significado secundário deste título e está relacionado com uma das melhores coisas da improvisação – a transitoriedade.

Como poderias descrever a tua música?

Esta ainda é uma pergunta muito difícil para mim, talvez porque o álbum seja muito recente. A minha música é emotiva, certamente, um pouco louca e com muitas melodias fortes e corajosas. Por outro lado, não é perfeita e não tenta redescobrir o piano. Com toda a formação clássica, a minha música está a tentar usar o piano  como uma ferramenta para expressar ideias universais, sentimentos e criar uma pausa neste mundo ultra impulsivo.

No press release do disco diz que esta música é recomendada para fãs de músicos como Ludovico Einaudi, Yann Tiersen, Hania Rani ou Nils Frahm. Estas também são influências para a tua música?

Dois deles são mesmo. Por vezes dou aulas privadas e alguns dos meus alunos mais jovens falam-me muito da música do Ludovico, por isso acabei por estudar a sua música. Adoro o seu trabalho, cheio de ideias simples, mas com um grande cuidado no som do piano. Descobri o Nils Frahm, e vi-o ao vivo na Polónia em 2013, quando ele tocava quase só piano e Fender Rhodes. Fui muito inspirado pela sua música e pelos seus primeiros trabalhos. Com os outros dois compositores, posso dizer que partilho acidentalmente a minha jornada entre os géneros musicais.

Estás a par de pianistas portugueses? Conheces, por exemplo, o trabalho do Tiago Sousa?

Eu adoro o trabalho do Tiago Sousa. Descobri-o um ano, quando estava a tentar marcar concertos em Portugal. Desde então, tenho ouvido a sua música de vez em quando, quando preciso de descansar. Ótimas histórias, ótimas melodias e a sua musicalidade é incrível.

Já vives em Portugal há alguns anos. O facto de viveres em Lisboa terá influenciado/alterado a direção da música que tocas?

Sem dúvida, mas neste álbum acho que é mais difícil perceber, porque algumas das ideias são apenas velhas histórias e traumas do passado que eu finalmente desenvolvi em notas. Talvez dois temas, “Wisdom” e “Big Hug”, sejam o resultado da música brasileira e da experiência multicultural de Lisboa. Mas nos meus próximos trabalhos, de piano e não só, vou usar mais electrónica, e Lisboa estará mais presente. Principalmente pela música africana e do Médio Oriente, músicas que se podem ouvir todos os dias em Lisboa. Isso inspira-me muito – estruturas polirrítmicas, emoções profundas e groove, groove muito profundo.

Este é um trabalho a solo. Tens tocado ou tens planos de tocar com outros músicos de Lisboa?

Sim, espero terminar em breve o meu segundo álbum de música electrónica, que vai ter três ou quatro convidados que actualmente vivem em Lisboa: o baixista cabo-verdiano Luis Karantonis, a cantora/compositora francesa Noemi dos Santos, o baterista português Fernando Lyra e provavelmente mais um músico, que ainda não está confirmado. Estou sempre aberto a colaborações. Fiz algumas parcerias nos últimos anos em Lisboa e essa é uma das melhores coisas da música. Além disso, tenho atualmente três outros projetos com outros músicos: um duo com o músico turco Gulami Yesildal (toca saz, instrumento turco de cordas); uma espécie de trio de jazz com o baterista polaco Jacek Rezner e o baixista polaco Piotr “Orz” Orzechowski; e um projeto conceptual grande com músicos ainda não especificados, que vai ser uma ideia completamente nova – uma ideia maluca – na qual tenho trabalhado há mais de um ano, nos tempos livres da minha vida de músico independente. Podes imaginar como é frequente, ahahah!

Para além do trabalho no piano, tens trabalhado com música electrónica. Estás a pensar explorar esse universo electrónico ou vais focar-te apenas no piano?

Vou continuar a explorar ambos. O meu instrumento principal é o piano, mas adoro experimentar sintetizadores, sampling, drum machines… Com a música electrónica tu tens uma responsabilidade diferente como artista. Tudo é possível e o meu principal objectivo é saber escolher cuidadosamente os sons que estou a utilizar. Estou a terminar o segundo álbum do meu projeto Totally Together, o meu projeto a solo; e espero conseguir criar algo único com o projeto Alâka, o duo que partilho com Gulami Yesildal.

Depois da edição deste primeiro disco, o que tens planeado para os próximos tempos?

O meu plano agora é tocar ao vivo o máximo possível, entre 2021 e 2022. Acho que consegui criar algo interessante em parceria com a Josefa Searle. Ela é uma grande fotógrafa e, como arquiteta, trouxe um conceito de palco muito interessante, desenhado especialmente para meus espectáculos. Poderá ser aplicado no interior ou no exterior de grandes edifícios. Será ao mesmo tempo um concerto e uma exposição, com fotos tiradas no parque industrial do Barreiro, onde a Josefa documentou a filmagem do vídeo “Big Hug”. Trabalhámos lá algumas semanas com Andre Abrantini, Carolina Carloto e Lucilia Raimundo. Os resultado final está no meu canal no Youtube. Além disso, estou a trabalhar no meu segundo álbum de piano, que vai ter um ou dois convidados, estou a terminar o segundo álbum de música eletrónica e também este ano fiz a minha primeira banda sonora, para um documentário sobre surf na Polónia – a estreia está prevista para o final deste ano.

Sara Serpa apresenta Recognition em Portugal

(Fotografia: Márcia Lessa)

A cantora e compositora Sara Serpa, residente em Nova Iorque, vai apresentar-se ao vivo em Portugal no início de Julho. A cantora irá mostrar pela primeira vez o material do seu disco Recognition, magnífico álbum editado em 2020, onde explora a herança colonial portuguesa. Sara Serpa actua em três cidades portuguesas: Braga (gnration, dia 3 de Julho), Porto (Porta-Jazz, dia 4) e Lisboa (Casa do Capitão, dia 6). A acompanhar a voz de Sara Serpa, estarão os consagrados Mark Turner (saxofone tenor) e David Virelles (piano). O concerto de Lisboa irá ainda contar com a convidada Aline Frazão, na leitura de textos de Amílcar Cabral. 

João Barradas leva misticismo à Culturgest

João Barradas (Fotografia: Márcia Lessa)

O virtuoso acordeonista João Barradas – autor de discos magníficos como Directions, An End As a New Beginning e Solo I – vai apresentar-se ao vivo na Culturgest. Barradas actua no dia 3 de Julho, às 19h00, no âmbito do ciclo Inside Out. O espectáculo, intitulado O Velho e o Novo Misticismo, terá lugar no átrio central e inclui composições de Arvo Pärt, Hildgard von Bingen e Alexander Scriabin, além de uma peça do próprio Barradas. No dia 10 de Julho, às 10h00, actua o Quarteto Lopes-Graça, interpretando A Man in a Room, Gambling de Gavin Bryans e Juan Muñoz.

Bela Senão Sem reeditado com temas novos

(Edição original, 2013; reedição, 2021)

O disco Bela Senão Sem, resultado da parceria da Orquestra Jazz de Matosinhos (OJM) com o pianista João Paulo Esteves da Silva, vai ser reeditado. Editado originalmente no ano de 2013 (foi seleccionado como um dos melhores discos de jazz desse ano para o jornal Público), o disco vai ser agora alvo de uma reedição onde, aos temas da edição original, se juntam ainda três temas novos. O material extra é constituído por três improvisações a solo de João Paulo Esteves da Silva (“Acampamento”, “O motor da ternura” e “Duas Fogueiras”), temas gravados no CARA – Centro de Alto Rendimento Artístico da OJM. Além dos temas adicionais, também a capa foi recriada.

Luís Vicente em digressão com novo quarteto

Luís Vicente e John Dikeman (Fotografia: Vera Marmelo)

Com um disco acabado de editar, o trompetista Luís Vicente já se aventura num projecto diferente. Vicente vai agora arrancar em digressão com um novo grupo, um quarteto que junta figuras da cena improvisada internacional: Luke Stewart (contrabaixo), John Dikeman (saxofone) e Onno Govaert (bateria). A digressão realiza-se entre 16 e 22 de julho e vai passar por seis salas nacionais: gnration, Braga (16); Casa de Cultura, Setúbal (17); ZDB, Lisboa (18); Grémio Caldense, Caldas da Rainha (19); Maus Hábitos, Porto (20); Salão Brazil, Coimbra (21); e Teatro Diogo Bernardes, Ponte de Lima (22).

Pedro Carneiro e Pedro Melo Alves apresentam disco ao vivo

Pedro Carneiro e Pedro Melo Alves (Fotografia: Bruno Vicente)

O baterista, compositor e improvisador Pedro Melo Alves juntou-se ao celebrado percussionista e maestro da Orquestra de Câmara Portuguesa, Pedro Carneiro, e criou uma das grandes surpresas da temporada. O disco Bad Company, editado pela Clean Feed, revela a dupla Melo Alves (percussão) e Carneiro (marimba) em diálogo aceso, numa deliciosa incursão pela música exploratória contemporânea. Agora, o duo vai apresentar a sua música ao vivo, em dois concertos: no dia 2 de Julho, às 19h, actuam na Sede da Orquestra de Câmara Portuguesa (Algés); no dia 3, também às 19h, tocam no Auditório da FEUP (Porto).