Radim Hanousek publica Escape

Radim Hanousek acaba de publicar o disco Escape, com edição da label checa Ma Records. Durante o seu Erasmus em Portugal, o checo gravou field recordings em Lisboa, Peniche e Sintra e convidou vários músicos para interpretar as partituras gráficas da sua autoria. Participam neste disco cinco músicos da cena nacional (Helena Espvall, Maria do Mar, Hernâni Faustino, Guilherme Rodrigues e Alvaro Rosso) e seis músicos checos (Anežka Nováková, Žaneta Vítová, Jana Vondrů, Peter Korman, Matej Olah e Martin Opršál). As gravações foram depois manipuladas e processadas e o resultado já está disponível para escuta no bandcamp.

A Favola de Medusa apresenta Herbarium

O projecto musical A Favola de Medusa acaba de publicar um livro-disco. Herbarium reúne nove faixas, entre temas instrumentais e outros com leituras de poemas do Miguel Martins, num livro de sessenta e duas páginas onde se encontram poemas, textos sobre o percurso e a obra do projecto, fotografias (de Ana Água, João Henrique Viegas e Filipe Homem Fonseca) e pinturas e ilustrações (de Sandra Filipe e Death_by_pinscher). Este livro-disco é editado pela associação cultural A Palavra, com a chancela Cidade Nua, na colecção Batimento.

Aqui fica o texto de apresentação do Herbarium: «De Lisboa aos Jardins Suspensos da Babilónia vão 5763 quilómetros e vinte e um séculos e meio de distância. Isto poderá ser ou não determinante no tom exageradamente positivista com que, muitas vezes, se trata o manejo de plantadores cónicos de bolbos, enxertadores, forquilhas, sachos, escarificadores, tesouras de podar, pás e pulverizadores, na construção de tecidos sonoros em salões nobres e de atmosferas lúdicas em elevadores e átrios de hotel. Há um risco calculado na plantação mecânica de vinhas em espaços sonegados à poesia, pistas asfaltadas de verde em permanente construção de palavras, em que a musicalidade das mãos penetrando uma e outra vez no útero terroso faz lembrar o incansável galope de uma semicolcheia. Pode assim afirmar-se, com a falta de contenção própria da catártica expressão dos recém-nascidos, que nenhum gineceu foi admoestado durante a gravação deste registo. Uma partitura calamitosa, folha perene, chá de tília e insecto que ronda campos de grito e bocas fechadas, prólogo e epílogo plantado em vaso, banho de sol em varanda bucólica. 10000 dias sem respirar e os Campos Elísios a brotarem de muitos peitos, uma mesa de mistura onde a fome se juntou à vontade de comer. Sessões estudadas ao pormenor, caminhos traçados a fogo em mapas submersos; equalizadas as várias frequências que, a par da nubrada modorra invernal, compõem o sentido da vida, chegou-se a um alinhamento silencioso como os intentos de uma raíz aérea e antiga. Pétala-cassete-pirata, erva-princesa-ladrão, jogo-do-pau e maravilhas da técnica, pedúnculo, receptáculo e sépala. Mais que isso: monocotiledónia a dançar na estereofonia.»

João Alegria lança novo álbum

O guitarrista João Alegria acaba de editar um novo disco, Vertical (2011/2021). Neste novo disco, editado em formato físico (caixa com 3 CDs) e digital, o guitarrista reúne composições escritas desde 2011. Alegria apresenta este trabalho: “Dez anos de música, quase sempre publicada na net. Transformação é o que me ocorre escrever. Até a rocha é mutável. Trazemos no corpo os traumas, o sofrimento. Depois há o resto. Vertical é a ascensão aos céus, e mais, como li algures, o que não pode ser dito é remetido ao silêncio.” O disco já está disponível no bandcamp.

Trio Sul ao vivo no Castelo

Bernardo Couto, Bernardo Moreira e Luís Figueiredo (Fotografia: Márcia Lessa)

O trio Sul vai apresentar-se ao vivo no Castelo de São Jorge, em Lisboa, no dia 30 de Julho, sexta-feira, às 19h00. Constituído por Bernardo Couto (guitarra portuguesa), Luís Figueiredo (piano) e Bernardo Moreira (contrabaixo), este trio promete uma interpretação original e jazzística de composições de fado, jazz e canções tradicionais. O concerto tem entrada livre, sujeita à lotação do espaço – o levantamento de bilhetes deve ser feito no próprio dia, no limite de dois por pessoa (não há reservas).

Ao vivo: 11.º Festival Porta-Jazz

João Pedro Brandão (Fotografia: Adriana Melo – Mínima / Porta-Jazz)

A Associação Porta-Jazz tem desenvolvido um trabalho absolutamente meritório, imparável e inigualável na promoção do jazz no Porto: programando concertos e promovendo edições discográficas, um trabalho que anualmente culmina na realização de um festival, que chegou este ano à sua 11.ª edição. A concretização desta não foi fácil e esteve mesmo em sério risco: as medidas de prevenção da pandemia levaram a que os planos sofressem consecutivas alterações e só na segunda-feira, poucos dias antes do arranque a 23 de Julho, ficou definitivamente fechado o programa e assente a localização dos concertos. O festival realizou-se ao ar livre, nos jardins do Palácio de Cristal, com concertos distribuídos entre um palco improvisado no Lago dos Cavalinhos (para os concertos da manhã e da tarde) e na Concha Acústica, uma espécie de coreto (para os concertos da noite). Os concertos eram gratuitos, sendo apenas necessário o levantamento do bilhete. Contudo, surgia outro entrave: a entrada no recinto só era possível com apresentação de certificado digital válido ou teste negativo – e a organização disponibilizou uma tenda onde era possível fazer testes gratuitos na hora. Foram muitos os que aceitaram fazer o teste e apareceram para mostrar o seu apoio à cultura e à música ao vivo. Em razão da obrigatoriedade dos testes, na primeira noite verificou-se um grande atraso na entrada do público, e muita gente só conseguiu sentar-se no seu lugar quando o primeiro concerto já ia a meio. Todos os concertos arrancaram exactamente à hora marcada, sem atrasos, sem desculpas, sem tolerâncias. Com tempos bem definidos, cada grupo actuou dentro da sua janela horária e nenhum ultrapassou os 50 minutos de actuação (máximo). (…)

Reportagem completa no site Jazz.pt.

Jazz em Agosto 2021: alterações ao programa

Alexander von Schlippenbach, Han Bennink e Peter Brötzmann

O festival Jazz em Agosto acaba de ver a sua programação alterada. O concerto de abertura, com o trio Brötzmann / Schlippenbach / Bennink, acaba de ser cancelado. Informa a Fundação Calouste Gulbenkian: “Por motivos de força maior que impossibilitam a vinda dos artistas, o concerto de abertura do Jazz em Agosto foi cancelado. O reembolso do valor dos bilhetes pode ser solicitado através de um formulário online“. Entretanto, já tinha havido duas alterações ao programa: os grupos The End (30 de julho) e quinteto de Hedvig Mollestad (6 de agosto), foram substituídos, respetivamente, pelos projetos Broken Shadows e James Brandon Lewis Quartet. Aqui fica o programa actualizado.


30 Jul, 18:00 | Auditório 2
Luís Vicente

30 Jul, 21:00 | Grande Auditório
Broken Shadows

31 Jul, 18:00 | Auditório 2
Ignaz Schick & Oliver Steidle

31 Jul, 21:00 | Grande Auditório
Ikizukuri c/ Susana Santos Silva

1 Ago, 18:00 | Auditório 2
João Pedro Brandão

1 Ago, 21:00 | Grande Auditório
Fire!

5 Ago, 21:00 | Grande Auditório
Pedro Moreira Sax Ensemble

6 Ago, 18:00 | Auditório 2
Gabriel Ferrandini

6 Ago, 21:00 | Grande Auditório
James Brandon Lewis Quartet

7 Ago, 18:00 | Auditório 2
Katharina Ernst

7 Ago, 21:00 | Grande Auditório
Anthropic Neglect

8 Ago, 18:00 | Auditório 2
João Lobo

8 Ago, 21:00 | Grande Auditório
Roots Magic

Eixo do Jazz promove residência com Iago Fernández

O Eixo do Jazz – Associação Luso-Galaica para a Promoção do Jazz vai promover uma residência artística com o baterista galego Iago Fernández. O Eixo do Jazz já promoveu duas residências artísticas, em 2018 e 2019, com Abe Rábade e Mário Laginha, e esta terceira edição da residência Jazz na Aldeia conta com o apoio da DGArtes e da Câmara Municipal de Famalicão. A residência vai realizar-se de 21 a 26 de Setembro de 2021 e as inscrições já estão abertas (formulário online).

Bernardo Moreira apresenta Entre Paredes

(Fotografia: Márcia Lessa)

O contrabaixista Bernardo Moreira prepara-se para apresentar um disco novo, Entre Paredes, ao leme do seu sexteto. Este novo álbum surge em continuação do disco Ao Paredes Confesso, editado há quase vinte anos, que o tempo cristalizou como um marco do jazz português. O projecto Entre Paredes é uma recuperação e continuação dessa ideia, agora trabalhada com músicos diferentes: neste novo disco o contrabaixo de Bernardo Moreira está acompanhado por Tomás Marques (saxofone), João Moreira (trompete), Mário Delgado (guitarra), Ricardo Dias (piano) e Joel Silva (bateria). O disco foi gravado em Coimbra, no Convento São Francisco, e será editado através da label JACC Records, com o apoio do Município de Coimbra, SPA, Antena 2 e Garantir Cultura. A primeira apresentação ao vivo deste trabalho está marcada para sexta-feira, dia 23 de julho, às 19h00, no Espelho D’Água, em Lisboa.

Vem aí o 11.º Festival Porta-Jazz

Coreto (Fotografia: Vera Marmelo | Fundação Calouste Gulbenkian)

A 11.ª edição do Festival Porta-Jazz realiza-se no Porto, nos dias 23, 24 e 25 Julho, com dois palcos nos Jardins Palácio de Cristal (Lago dos Cavalinhos e Concha Acústica), no Porto. Depois do sucesso que foi a 10.ª edição, o festival irá este ano apresentar um total de 14 concertos, juntando bandas que editaram através do Carimbo Porta-Jazz, além de várias parcerias e estreias. A entrada para os concertos é gratuita, embora a lotação seja limitada – os bilhetes podem ser levantados nas bilheteiras do Palácio de Cristal uma hora antes do início de cada ciclo de concertos.

Sobre a edição do ano passado, escrevemos: “a Porta-Jazz tem feito um trabalho magnífico e o Festival Porta-Jazz é o momento em que a associação tem mais visibilidade pública, onde assistimos ao encontro entre músicos e público, onde se vê o volume de actividade que tem sido desenvolvido ao longo de todos estes anos”. O lema desta edição é “Da Janela Saem Pássaros”. Segundo a organização, este lema surge “em jeito de reacção às contingências provocadas pela pandemia da COVID-19, mas que serve, também, para sintetizar o princípio por detrás de um profícuo trabalho da Associação Porta-Jazz, com mais de uma década, que tem deixado a sua marca no tecido criativo do Porto e contribuído, decisivamente, para o seu reconhecimento internacional. “Da Janela Saem Pássaros” porque, num ano em que a arte ficou confinada e em que quase toda a música ao vivo ficou em suspenso, tentando substituir o calor do encontro pela distância, impessoal, dos live-streams, a Porta-Jazz fez destas limitações a sua força.”

Aproveitamos para lembrar o recap 10 Discos Carimbo Porta-Jazz – “uma seleção de dez discos que reflectem a diversidade, criatividade e vitalidade do jazz portuense”. Neste ano de 2021 a associação continua imparável e o seu trabalho continua a merecer toda a atenção. Aqui fica o programa completo do festival Porta-Jazz 2021.

23 Julho – 20:30 | Bloco 1 | Concha Acústica
Hery Paz /Javier Moreno / Marcos Cavaleiro Vessel Trio
Coreto Porta-Jazz (música de Grilo, Mortágua, Sá Ribeiro e Trocado)

24 Julho – 11:00 | Bloco 2 | Lago dos Cavalinhos
Filipe Teixeira Trio TAO
Vazio e o Octaedro – Residência liderada por Josué Santos e Gianni Narduzzi

24 Julho – 17:00 | Bloco 3 | Lago dos Cavalinhos
Ensemble Robalo/Porta-Jazz
Nuno Campos TaCatarinaTen

24 Julho – 20:30 | Bloco 4 | Concha Acústica
Miguel Rodrigues Empa
Encomenda a Hristo Goleminov

25 Julho – 11:00 | Bloco 5 | Lago dos Cavalinhos
Hugo Raro Connecting the Dots
Yudit Vidal Canto das Sereias

25 Julho – 17:00 | Bloco 6 | Lago dos Cavalinhos
João Martins Hundred Milliseconds
MAZAM Land

25 Julho – 20:30 | Bloco 7 | Concha Acústica
João Pedro Brandão Trama no Navio
André Silva The Guit Kune Do

Culturgest revela nova temporada

João Paulo Esteves da Silva (Fotografia: Vitorino Coragem)

A Culturgest acaba de revelar a programação da nova temporada e apresenta muitas propostas no campo da música, sempre com muitas ligações ao jazz e à improvisação. Destacam-se o regresso do Omniae Ensemble de Pedro Melo Alves (versão “Large Ensemble”, composto por mais de 20 músicos), a apresentação da pianista Joana Gama em dose dupla (duos com Margaret Leng Tan e Luís Fernandes), uma Homenagem a Bernardo Sassetti (com João Paulo Esteves da Silva, Carlos Barretto e Alexandre Frazão) e o regresso de Norberto Lobo (pré-apresentação de novo álbum). Aqui fica a programação completa da nova temporada da Culturgest.

10 Set | Rui Reininho

15 Out | Pedro Melo Alves’ Omniae Large Ensemble

6 Nov | Joana Gama & Margaret Leng Tan

18 Nov | Nuno Côrte-Real & Pedro Mexia com Bárbara Barradas & Ensemble Darcos

30 Nov | Norberto Lobo

15 Dez | Homenagem a Bernardo Sassetti – João Paulo Esteves da Silva, Carlos Barretto & Alexandre Frazão

20 Jan | Joana Gama & Luís Fernandes