Kaja Draksler, Vladimir Tarasov e Telectu fecham cartaz do Out.Fest

Kaja Draksler

O Out.Fest acaba de fechar o programa da edição 2018, anunciando os últimos nomes que compõe o cartaz. O festival do Barreiro vai apresentar concertos da pianista eslovena Kaja Draksler, do baterista russo Vladimir Tarasov e dos portugueses Telectu, que vão voltar a apresentar ao vivo o reeditado “Belzebu”. Os novos nomes juntam-se aos já apresentados HHY & The Macumbas, João Pais Filipe, Group A, Fret (aka Mick Harris), Lea Bertucci, Linn da Quebrada, Lotic e Ricardo Rocha. O Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro realiza-se entre os dias 5 e 6 de Outubro, numa co-programação da OUT.RA e Filho Único.

Disco: “Sound & Fury” de Astronauta Desaparecido

Astronauta Desaparecido
“Sound & Fury”
(A Besta, reedição 2018)

Astronauta Desaparecido surgiu como projecto musical promovido por dois irmãos, Rui Eduardo Paes e Carlos Paes. O primeiro – REP – é um reconhecido jornalista ligado à divulgação e crítica musical e musicólogo, com extensa obra publicada, ocupando actualmente o lugar de editor do site Jazz.pt. O segundo – CP – é designer e infografista no Expresso, faz fotografia e tem desenvolvido trabalho musical de forma continuada: depois dos Napalm Climax e dos Duplex Longa nos 80’s e 90’s, nos últimos anos tem tocado com o Presidente Drógado e os Mind Reset.

Em 1991 o Astronauta Desaparecido editou o seu único registo sonoro, “Sound & Fury”, em formato cassete, publicado pela editora Tragic Figures. Na altura da sua edição, sem a possibilidade de disseminação das plataformas online, este OVNI musical terá passado despercebido, tendo a sua divulgação ficado limitada a um pequeno nicho. Objecto obscuro e difícil de encontrar, este disco é agora reeditado em CD e formato digital, quase trinta anos após a sua gravação.

Este disco mostra o duo a explorar uma música experimental, em aproximação ao industrial, por vezes soando quase a metal mais pesado, por vezes explorando uma toada mais atmosférica/ambiental, mas sempre com uma atitude hardcore/punk. Como ferramentas de trabalho, o duo serve-se sobretudo dos dispositivos electrónicos acessíveis na época (1991), ou seja, gravadores de cassete, gira-discos, rádio e aparelhos de televisão, além de outros instrumentos mais “musicais”: drum machine, processadores de som, percussão, flautas e vozes. (…)

Texto completo no site Bodyspace:
http://bodyspace.net/discos/3335-sound-fury-reedicao/

Ao vivo: Dwiki Dharmawan

O pianista Dwiki Dharmawan apresentou-se pela primeira vez em Portugal no passado dia 9 de Setembro, num evento que teve o apoio da embaixada da Indonésia, em celebração dos 73 anos da independência do país. O concerto teve lugar no Museu Nacional de Arqueologia, (Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa) e contou com a participação especial de três músicos portugueses como convidados: Pedro Jóia, Maria João e João Farinha.

O espectáculo arrancou pouco depois das 19h00, com a actuação de Pedro Jóia. O guitarrista apresentou-se a solo e interpretou uma sequência de três temas (incluindo uma versão de Armandinho) que lhe permitiram exibir o seu virtuosismo. Seguiu-se depois a dupla de Maria João (voz) e João Farinha (teclados), que começou por apresentar uma versão delicada de “Parrots and Lions” (uma das peças inesquecíveis do “songbook” da cantora). Após essa entrada intimista foi chamado ao palco o pianista Dwiki Dharmawan, que se juntou à dupla portuguesa para interpretar um tema eléctrico e mais enérgico. Neste, Dharmawan mostrou desde logo a sua versatilidade e, além do piano, ainda tocou vibrafone e sintetizador.

Depois, toda a banda de Dharmawan subiu ao palco, juntando-se aos portugueses, designadamente Dede Yanto (no suling, flauta tradicional), Adi Dharmawan (no baixo), Gerry Herb Siwalette (na bateria) e Mohamad Rudiana (no kendang, percussão tradicional). Primeiro o grupo interpretou um tema da dupla nacional, naquele que foi um verdadeiro primeiro momento de fusão. Depois, Maria João e João Farinha saíram do palco e ficou apenas a banda de Dwiki, que atacou com “groove” e mostrou a sua música original. Dharmawan desenvolve uma original música de fusão que combina a linguagem jazzística com a tradição musical da Indonésia, aproximando-se ainda do rock progressivo. O pianista e compositor tem colaborado com músicos como Gilad Atzmon e Nguyên Lê e em 2018 publicou o seu disco mais recente, “Rumah Batu”, edição da Moonjune Records.

Texto completo no site Jazz.pt:
https://jazz.pt/report/2018/09/10/groove-indonesio/

Disco: “Movements In Freedom” de João Lencastre

João Lencastre’s Communion 3
“Movements In Freedom”
(Clean Feed, 2018)

No seu quinto disco como líder, e com aquela que é a terceira encarnação do grupo Communion, o baterista João Lencastre foca-se no formato simples de trio de piano. Se no passado Lencastre se fez acompanhar por músicos como David Binney, Thomas Morgan, Bill Carrothers e Phil Grenadier, desta vez volta a contar com a companhia de músicos de luxo: Jacob Sacks no piano e Eivind Opsvik no contrabaixo.

Quando este novo disco “Movements In Freedom” arranca somos logo invadidos por uma melodia que soa familiar: é a “Street Woman” de Ornette Coleman, numa pianada vertiginosa que dá um safanão. De seguida entra um tema mais lento, espécie de balada que se transforma, a primeira de uma sequência de três composições originais de Lencastre. E depois segue-se um leque improvisações, temas abertos onde os três músicos partem sem rede para entrelaçarem ideias num caminho comum.

Texto completo no site Bodyspace:
http://bodyspace.net/discos/3332-movements-in-freedom/

Antevisão Angrajazz 2018: jazz no meio do Atlântico

Darcy James Argue

Vem aí mais uma edição do festival Angrajazz, que este ano se realiza entre os dias 3 e 6 de Outubro, apresentando um total de sete concertos ao longo de quatro noites. Como habitualmente, o festival terá lugar no Centro Cultural e de Congressos e apresenta um programa que alterna entre grandes nomes internacionais com projectos portugueses.

Este ano o festival arranca numa quarta-feira, dia 3 de Outubro, com a actuação da Orquestra Jazz do Hot Clube de Portugal. O Hot celebra 70 anos de vida e o festival açoriano associa-se à comemoração. O clube assume como data oficial de fundação o dia 19 de Março de 1948: o processo de fundação foi moroso, a proposta de estatutos foi entregue em 1946 e só foi aprovada em 1950, pelo que o clube assume como data oficial o dia em que o fundador Luís Villas-Boas preencheu a sua ficha de sócio. A orquestra do HCP, com direcção de Luís Cunha, vai interpretar a música de António Pinho Vargas.

No segundo dia, 4 de Outubro, há dois concertos: a Orquestra Angrajazz e o Gonzalo Rubalcaba Trio. A orquestra é um projecto-símbolo do festival e funciona como projecto pedagógico, integrando o cartaz todos os anos desde a sua fundação. Na edição de 2016 apresentou uma aprumada interpretação da “Far East Suite” de Duke Ellington e em 2017 focou-se em cinco músicos que celebrariam 100 anos nesse ano: Tadd Dameron, Ella Fitzgerald, Thelonious Monk, Lena Horne e Dizzy Gillespie. Com direcção de Pedro Moreira e Claus Nymark, a orquestra irá certamente apresentar um espectáculo memorável. O Gonzalo Rubalcaba Trio fechará a noite com o seu irresistível jazz afro-cubano, pleno de energia e intensidade. Ao lado do piano de Rubalcaba estarão Ernesto Simpson no contrabaixo e Armando Gola na bateria.

Na noite de sexta, dia 5, actuam dois quartetos: Andy Sheppard Quartet e Billy Childs Quartet. O saxofonista inglês Andy Sheppard encontra-se a residir em Portugal e editou já este ano o seu mais recente disco ao leme do seu quarteto, “Romaria” (edição ECM). O saxofone de Sheppard terá a companhia da guitarra de Eivind Aarset, do contrabaixo de Michel Benita e da percussão de Sebastian Rochford. Está prometida uma noite de música elegante, doce e refinada. Segue-se o quarteto liderado por Billy Childs, pianista que começou a sua carreira a tocar com músicos como J. J. Johnson e Freddie Hubbard e vem desenvolvendo uma carreira sólida. O pianista contará com a companhia do grande Steve Wilson (saxofone), apoiado por uma secção rítmica composta por Hans Glawischnig (contrabaixo) e Christian Euman (bateria).

O festival fecha na noite de sábado com as actuações de Jazzmeia Horn e Darcy James Argue’s Secret Society. A cantora Jazzmeia Horn é uma maiores das revelações do jazz vocal dos últimos tempos e passou recentemente pelo festival Funchal Jazz. A voz de Jazzmeia será apoiada por Victor Gould (piano), Barry Stephenson (contrabaixo), Henry Conerway III (bateria) e Marcus Miller (saxofone). Para encerrar o festival chega o projecto Secret Society do compositor, arranjador e bandleader Darcy James Argue. O projecto de James Argue tem transformado o conceito de big band jazzística, pela sua marcante originalidade. A big band traz na bagagem a música do seu disco mais recente, “Real Enemies” (New Amsterdam, 2016), um criativo ensaio musical sobre questões que têm marcado o nosso tempo: paranóia e teorias da conspiração.

Além destes concertos, entre os dias 28 de Setembro e 6 de Outubro irão realizar-se diariamente concertos de entrada livre, com o Quinteto de Luís Cunha, o Trio de Pedro Nobre e o Quarteto de Sara Miguel, em vários locais da cidade de Angra do Heroísmo.

Nau Quartet em tour na Rússia

O projecto Nau Quartet do saxofonista José Lencastre vai fazer uma série de concertos na Rússia, entre 17 e 21 de Setembro. O quarteto, que pratica uma música improvisada e editou em 2017 o seu disco de estreia “Fragments of Always“, actua em São Petersburgo a 17, Dubna a 19, Moscovo a 20 e Yaroslavl a 21. O grupo prepara-se para editar um nome disco, de título “Eudaimonia”, novamente publicado pela editora FMR Records.

Vem aí mais uma edição do Estarrejazz

Bernardo Moreira [Fotografia: Márcia Lessa]

O Estarrejazz está de volta e a edição 2018 do festival realiza-se entre os dias 4 e 13 de Outubro. O programa apresenta grandes nomes do jazz nacional, como Bernardo Moreira, Maria João e Marta Hugon, e o festival encerra com a participação de Salvador Sobral, como convidado da Big Band Estarrejazz . Os concertos no auditório começam sempre às 21h30, as jams “after-hours” realizam-se aos sábados a partir das 23h00. Aqui fica o programa completo do festival.

4 Out: Quinteto Bernardo Moreira
5 Out: Maria João & André Mehmari
6 Out: Círculo
11 Out: Jeffery Davis Quinteto
12 Out: Marta Hugon
13 Out: Big Band Estarrejazz convida Salvador Sobral

Aí está o novo disco do Frame Trio

O Frame Trio acaba de editar o novo disco, “Luminária”, através da editora FMR Records. O grupo de Luís Vicente (trompete), Marcelo dos Reis (guitarra) e Nils Vermeulen (contrabaixo) assinala o lançamento do disco novo com uma série de concertos, tendo já agendadas actuações em Bruges (28 de Outubro), Gent (29 de Outubro) e Ljubljana (10 de Janeiro).

Marco Franco ao vivo no Goethe-Institut

Marco Franco vai apresentar-se ao vivo num concerto no Goethe-Institut, em Lisboa, no dia 19 de Setembro. O também baterista irá apresentar a música do disco “Mudra” num espectáculo de piano solo. O concerto terá lugar no Jardim do Goethe-Institut, com início às 19h00, e o bilhete tem o preço de 5€. Em paralelo serão também exibidas algumas pinturas da autoria de Marco Franco.

Jazz regressa a Santarém

Depois de uma primeira edição em 2017, o Santarém JazzFest está de volta. A edição deste ano realiza-se no dia 15 de Setembro, no Convento de São Francisco, e apresenta dois concertos: Quarteto Miga (de Bernardo Tinoco, Dinis Costa, Pablo Patiño Moledo e Miguel Fernández) e Marta Hugon (acompanhada por Mário Delgado, Ana Cláudia Serrão, João Hasselberg e Joel Silva).

Durante a tarde será ainda realizada uma palestra por José Duarte, com o título “Jazz esse desconhecido”, no Fórum Mário Viegas. Segundo Duarte Reis, da direcção do Centro Cultural Regional de Santarém, este festival “tem como intuito, para além da divulgação e promoção do género, colocar nomes do panorama nacional disponíveis a todos na região centro do país.”