Entrevista: César Cardoso

[Fotografia: Márcia Lessa]

Saxofonista natural de Leiria, César Cardoso acaba de publicar o seu terceiro disco na condição de líder, “Interchange”, com a participação de Miguel Zenón. Os estudantes de jazz portugueses agradecem-lhe a publicação do manual em Português que faltava sobre a teoria do jazz. E é também responsável por outro empreendimento de grande fôlego, a Orquestra Jazz de Leiria. Entrevista na jazz.pt sobre tudo isso e mais…

Como começou a tocar? E porque escolheu o saxofone?

Comecei a tocar com 7 anos de idade na Banda Recreativa Portomosense e na altura o saxofone foi-me “imposto”, no sentido em que não havia muitos saxofonistas na banda e por isso entregaram-me um saxofone alto. Mais tarde fui para o conservatório do Orfeão de Leiria, onde fiz o 8º grau com o prof. Alberto Roque. Só quando comecei a participar em workshops de jazz é que mudei para o saxofone tenor, por me identificar mais com a sonoridade e com o registo.

Quais foram os discos mais importantes na sua aproximação ao jazz?

A minha aproximação ao jazz começou pelo dixieland, através da minha banda Desbundixie, e naturalmente ouvia mais esse estilo. Mas o meu primeiro disco de jazz foi o “Soul Station” de Hank Mobley, que me marcou muito – transcrevi todos os solos – e que acabou por influenciar a minha maneira de tocar.

Estudou na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal entre 2004 e 2008, particularmente com os saxofonistas Jorge Reis e Pedro Moreira. Esta aprendizagem foi importante? Que outros momentos formativos foram determinantes?

Quando ingressei na escola do Hot Clube de Portugal tive, nos primeiros anos, aulas com Jorge Reis e só mais tarde com Pedro Moreira. Foram dois saxofonistas que me ajudaram muito e que contribuíram para o que sou hoje. O Jorge, além de ser um excelente músico e ter uma visão da música muito profunda, era muito amigo dos alunos, sempre com um lado de incentivo e apoio, mesmo depois enquanto colega e sempre que tocávamos juntos. O Pedro é um saxofonista que sempre admirei pelo seu conhecimento em todas as áreas e em especial no saxofone, e foi alguém que sempre me exigiu que trabalhasse para a perfeição. Quer na escola do Hot Clube como na Escola Superior de Música de Lisboa, onde trabalhei com os mesmos professores, ambos desempenharam um papel fulcral na minha formação como músico e são pessoas que sempre admirei e continuo a admirar. Outros momentos importantes na minha formação foram as aulas particulares que fui tendo, em especial com Chris Cheek e com John Ellis, as quais me permitiram ver o saxofone noutra perspectiva, nomeadamente em questões relacionadas com som, improvisação, criatividade e ritmo. (…)

Entrevista completa no site Jazz.pt:
https://jazz.pt/entrevista/2018/03/27/som-improvisacao-criatividade-e-ritmo/