Quem são Os Putos do Jazz?

Começou como página de Facebook, focada na divulgação de projectos jazz nacionais. Entretanto, o projecto ganhou dimensão e começou a promover as sua próprias “jazz sessions”, que têm acontecido com regularidade mensal no Club de Vila Real. Um dos mentores do projecto, Francisco Sousa, apresenta Os Putos do Jazz.

Como nasceu o projecto e quais os objectivos?
A ideia/conceito surgiu de três “putos” transmontanos/alto-durienses que partilham o gosto e a paixão pelo jazz. O objectivo é amplificar o panorama jazzístico português, dada a sua actual qualidade e quantidade (músicos, editoras, festivais, “hotspots”…).

Quem são Os Putos do Jazz?
Começamos três transmontanos/altodurienses: André Marques, 34 anos, Gestor, criador do nome do projecto e seu impulsionador inicial; Alberto João Mendonça, 31 anos, freelancer na área do audiovisual e comunicação, flautista e apaixonado pela música lusófona; e eu, Francisco Sousa, 32 anos, professor de educação musical e guitarrista/improvisador. No entanto já conseguimos “pescar” mais dois “putos” lisboetas: o João Esteves da Silva, 23 anos, frequenta o mestrado do Programa em Teoria da Literatura da Universidade de Lisboa e colabora com a jazz.pt desde o presente ano; e a Inês Cisneiros, 28 anos, advogada, tradutora e colaboradora da revista online arte-factos.net

O que planeiam divulgar através da vossa página Facebook?
Vamos trabalhar a três níveis: destacar um músico jazz nacional por mês, por via da divulgação de uma recente obra sua, análise da sua discografia/obra e divulgação de vídeos seus presentes no youtube; publicar regularmente críticas de álbuns recentemente lançados e de concertos/eventos por nós visualizados; e publicitar concertos, actividades diversas e até mesmo “feedback” dos próprios músicos.

Entretanto, além de divulgarem outros músicos, começaram em paralelo a promover os vossos próprios eventos, “jazz sessions” no Club de Vila Real. Como surgiram estas sessões?
Sendo eu igualmente músico/guitarrista/improvisador não podia deixar de pegar no conceito e fazer música real para uma comunidade real, ou seja, onde habitei a maior parte da minha vida até agora: Vila Real. Uma vez que contamos com uma das melhores salas de espetáculos mais alternativos e originais – Club de Vila Real e seu centenário Salão Nobre – resolvi juntar músicos vila-realenses da minha geração para iniciar lá uma “jazz session” (não gosto do termo “jam”). Realizámos já duas, em Junho e Julho, tendo reunido oito músicos que assim passaram a englobar este lado pioneiro no interior transmontano, por mim idealizado e na senda do meu avô, Francisco Vicente de Sousa, que no século passado foi o primeiro divulgador deste género musical em Bragança e Trás-os-Montes – o “jazz” – que acaba por ser mais um estado de alma e molde de personalidade do que um simples estilo derivado da música.

Planos para os próximos tempos?
Iremos tentar estar presentes nos eventos jazzísticos nacionais e reportar o nosso feedback, nomeadamente em Lisboa – que atualmente poderá ser considerada uma das capitais europeias do jazz, dada a sua “movida” (oferta cultural) e o facto de serem os próprios músicos estrangeiros que cada vez mais começam a aparecer na capital com residências mais ou menos fixas e colaborações muito produtivas. Podemos ir levantando a ponta do véu em relação à nossa próxima colaboração efectiva, no 14º Douro Jazz, a realizar no Teatro de Vila Real na primeira quinzena de Outubro. O primeiro coletivo “Os Putos do Jazz”, resultante das duas “jazz sessions” realizadas no Club de Vila Real, vai estrear-se ao vivo no Pequeno Auditório, sendo que nessa noite vamos ter uma celebração dupla, uma vez que depois do respectivo concerto, irá realizar-se no Café Concerto a 3ª Jazz Session aberta a todos os músicos que participaram nas duas primeiras e que certamente irá contar com algumas surpresas/convidados especiais. Por outro lado, estamos a preparar uma exposição de discos de vinyl de jazz clássicos, a partir da colecção privada de Francisco Vicente de Sousa, que irá estar patente no Teatro de Vila Real, durante a realização do Douro Jazz e culminará com um “festa surpresa” no encerramento do mesmo.