VIC NIC lança novos discos

A nova editora aveirense VIC NIC, recentemente lançada, vai publicar dois novos discos. Depois de ter apresentado Zona Autónoma Improvisada de Hugo Branco e Transmissions from the Secret Cinema, Vol.1 (compilação), o projecto editorial ligado à VIC // Aveiro Arts House apresenta agora a compilação New Chronologies of Sound, uma colecção de peças sonoras baseadas em “field recordings”, tendo como eixo uma reflexão sobre a escuta e a percepção do tempo durante a pandemia. Este disco conta com a participação de músicos como Matthew Herbert, AGF ou Lawrence English e foi seleccionado para a rubrica “New & Notable” do Bandcamp, será lançado oficialmente a 9 de Julho e estará em pré-venda a partir de 12 de Junho. Seguir-se-á a edição de um disco de originais do músico argentino Santi Lesca, Mente Viviente (entre a electrónica, a world music e a música para cinema). Este disco tem lançamento marcado para 25 de Junho.

Notas Azuis ao vivo no Lux

As Notas Azuis de Rui Miguel Abreu vão ganhar vida na discoteca Lux Frágil, em Lisboa. O programa de rádio dedicado ao jazz vai transformar-se numa noite regular mensal de música ao vivo, com propostas de novo jazz que atravessa fronteiras. A primeira edição das Noites Azuis terá lugar no dia 11 de Junho, sexta, às 20h00, com concerto de Mazarin e DJ set de Rui Miguel Abreu. Os Mazarin são um quarteto – Vicente Booth (guitarra), João Spencer (baixo), Léo Vrillaud (teclas) e João Romão (bateria) – e trabalham um jazz que namora com outras geografias estéticas.

Programação Robalo no Penha SCO e Mono

A editora Robalo, que já assegurava uma programação semanal de jazz no PENHA SCO (na Penha de França, em Lisboa), vai levar música à Galeria MONO (também em Lisboa). Das propostas Robalo fazem parte RED Trio, Vasco Pimentel Trio, Fushi, Bode Wilson, Fish Wool e Perselí. Destaque ainda para uma curiosa homenagem à música de Annette Peacock, com Leonor Arnaut, Margarida Campelo, João Carreiro, João Hasselberg e João Lopes Pereira. Aqui fica o programa completo.


PENHA SCO


2 Junho, 19h30 – RED Trio
(Rodrigo Pinheiro / Hernâni Faustino / Gabriel Ferrandini

9 Junho, 19h30 – FreeFall, A Música de Annette Peacock
Leonor Arnaut / Margarida Campelo / João Carreiro / João Hasselberg / João Lopes Pereira

16 Junho, 19h30 – Vasco Pimentel Trio
Vasco Pimentel / Rodrigo Correia / Diogo Alexandre

23 Junho, 19h30 – Fushi
André Fernandes / Sara Badalo / Alexandre Frazão

29 Junho, 19h30 – Bode Wilson
João Pedro Brandão / Demian Cabaud / Marcos Cavaleiro


MONO


4 Junho, 19h 30 – Fish Wool
Susana Santos Silva / Yedo Gibson / Vasco Trilla

25 Junho, 19h30 – Perselí
Fuensanta Mendéz / José Soares / Alistair Payne

Sofia Rajado lança Improvisadoras

Acaba de nascer um novo site dedicado à música improvisada. A página Improvisadoras, com existência em forma de site e página Facebook), nasceu da iniciativa de Sofia Rajado e tem o objectivo de dar visibilidade às mulheres que trabalham nas áreas do jazz e da música improvisada. Em entrevista, a autora apresenta o seu projecto.

Como surgiu a ideia para o Improvisadoras? Qual o objectivo deste projecto? 

Gosto muito de música em geral e particularmente de jazz e música improvisada. Tive formação musical clássica desde muito cedo e durante alguns anos, mas houve um momento em que senti um certo cansaço e afastei-me. Coincidentemente, foi nesse período que comecei a escutar mais música, de diferentes géneros e origens. Vivia em Coimbra, havia os Encontros Internacionais de Jazz, organizados pelo Jazz ao Centro, fui a um concerto do Louis Sclavis com o Michel Portal, e tive vontade de descobrir essa música. Aí escutei concertos muito bons e, por influência de alguns amigos, interessei-me, procurei e a pesquisei mais. Um tempo depois mudei-me para Lisboa e comecei a ir aos concertos no CCB, Jazz às Quintas, organizado pela Trem Azul. De certa forma, foi um gosto que foi crescendo, embora tenha havido momentos que não tenha conseguido acompanhar tanto a “cena musical”. A par deste gosto pela música, também me interesso muito por política, na sua verdadeira essência, acompanho movimentos feministas, leio pensadoras sobre o tema, etc. Por isso, há um tempo comecei a juntar os dois mundos e a dar-me conta com mais clareza da invisibilidade das mulheres na música. Comecei a pensar sobre a quantidade de concertos que tinha ido, e que muito poucas, ou praticamente nenhumas vezes, assisti a mulheres a tocar. Não que eu não o procurasse, mas simplesmente porque elas não existiam. Cada vez que via e vejo a programação de um festival, fico sempre um bocado indignada. Quando leio uma crítica. São homens a falar de homens. Acho que foi uma indignação que foi crescendo, algo interno que me impeliu para criar um blog, para escrever sobre mulheres no jazz e na música improvisada e divulgar o trabalho delas. Para escrever sobre música também sob o olhar de uma mulher. Por esse motivo criei recentemente o blog Improvisadoras e também uma página no Facebook. 

Na cena musical nacional assistimos a uma grande desigualdade de género, particularmente no jazz e música improvisada. O que poderemos fazer para tentar corrigir esta diferença? 

As reflexões que faço são de alguém que está fora do meio, no sentido da sua criação artística, e que apenas participa como público atento. Alguns passos começam a ser dados. A criação da página no Facebook Mulheres no Jazz, bem como publicações de artigos sobre o tema, nomeadamente o que saiu no Rimas e Batidas da Rita Matias dos Santos, são um exemplo.  Este tipo de iniciativas é muito importante, mas não podemos ficar por aqui, precisamos de mais.  Acho que se deve partir para a prática e criar espaços de encontro e de diálogo entre mulheres, onde possam falar sobre as dificuldades e possíveis soluções. Nesta fase, seria interessante criar momentos de improviso entre mulheres, talvez a construção de jam sessions só com mulheres. A organização de debates em escolas de música sobre este tema também seria importante. Acima de tudo, criar uma onda de encontros entre mulheres, para que possam partilhar experiências, ideias. Acho que dessa reflexão conjunta, muito mais rica, poderão surgir respostas muito interessantes sobre o que fazer. Um outro aspecto que também considero importante e fundamental é entender que neste debate os homens não são “inimigos”, são também uma peça importante para a mudança e muitas vezes será necessário um diálogo mais “educativo” com eles. 

Recentemente nasceu em Portugal o grupo Lantana, um sexteto que reúne improvisadoras com diferentes backgrounds. A trompetista Susana Santos Silva editou recentemente o disco Hearth, com um quarteto exclusivamente feminino. Estes exemplos de mulheres com mais visibilidade podem levar a que outras instrumentistas sigam estes caminhos? 

Fiquei muito contente com o surgimento de Lantana, é um passo muito importante. Espero não cometer nenhum erro, mas penso que é o primeiro grupo, em Portugal, só com mulheres neste género de música, a improvisada. São heroínas. Assim como elas, a Susana Santos Silva. No caso da Susana, é impressionante, porque ela surgiu num momento muito mais difícil para as mulheres instrumentistas. Lembro-me de ser adolescente e já a ver a tocar na Orquestra de Jazz de Matosinhos, um meio altamente masculino. Mas, repare-se, para avançar, para construir o seu percurso também como compositora, saiu de Portugal. Se tivesse cá ficado, provavelmente não teria chegado onde chegou ou teria tido muito mais dificuldades/barreiras pelo caminho. A visibilidade destas mulheres é muito importante para outras poderem avançar. No fundo, elas estão a abrir caminho. Será também importante que em próximos festivais a decorrer em Portugal e que costumam contar com a presença de músicos internacionais, sejam convidadas mulheres de outros países. 

Além de dar visibilidade a projectos de mulheres, este projecto poderá levar a outro tipo de concretizações? O que poderemos esperar no futuro? 

Para já é apenas um blog de divulgação da música delas. Também um espaço para reflexão. Eu tenho um trabalho que nada tem a ver com música, isto acaba por ser um “hobby”. Também para mim, como mulher, mãe, é difícil conseguir conciliar tudo. Mas o tempo o dirá, vários  caminhos poderão ser possíveis. 

Moers Festival 2021: online e offline

Como o resto do mundo, também o Moers festival, um dos maiores festivais do mundo dedicados ao jazz e à música improvisada, também se adaptou aos novos tempos. A edição 2021 do festival alemão contou com um programa rico e vasto que, sendo naturalmente focado no digital, teve também público presencial (com lotação limitada). Pela edição 2021 do festival passou um total de 229 músicos, incluindo nomes consagrados como Joe McPhee, Jamaaladeen Tacuma, John Scofield, Joëlle Léandre, Lubomyr Melnyk, Brad Mehldau, Sylvie Courvoisier e Julien Desprez, entre outros. Mais uma vez o festival de Moers mostrou a riqueza e diversidade do jazz contemporâneo.

Loures vai ter jazz em Julho

Nos dias 9, 10 e 11 de julho o município de Loures vai acolher a primeira edição do novo festival Loures Jazz. O festival arranca com a actuação do Mário Laginha trio, a 9 de Julho (21h); no dia 10 actua o Ricardo Toscano Quarteto (21h); e no dia 11 toca a Big Band do Hot Clube de Portugal, com o convidado António Saiote (18h). Além destes concertos, o festival promove um concerto para famílias (“O jazz é fixe!”, dia 11 às 11h), uma conversa (“Portugal e o Jazz”, dia 10 às 16h) e uma exposição (“Jazz Posters”). O novo festival terá como palco o Pavilhão Paz e Amizade, numa co-organização da Câmara Municipal de Loures e da produtora Clave na Mão.

Afonso Pais apresenta novo disco


[Fotografia: Rosa Castro]

O guitarrista e compositor Afonso Pais vai apresentar um novo disco de originais. Neste disco O Que Já Importa o guitarrista conta com o apoio das cantoras Margarida Campelo, Luísa Caseiro e Nazaré da Silva, além de João Hasselberg (baixo elétrico) e João Correia (bateria). O disco será editado com o selo Trem Azul (subsidiário da Clean Feed) e conta com os convidados Capicua e Salvador Sobral. Este novo disco vem somar-se à já diversa discografia de Afonso Pais, onde se incluem os discos Terranova (2004), Subsequências (com Edu Lobo, 2008), Fluxorama (2010), Onde Mora o Mundo (com JP Simões, 2011) e Além das Horas (com Rita Maria, 2016). O material do novo disco será apresentado em concerto no dia 22 de junho, no Teatro Maria Matos, em Lisboa (10€, preço especial bilhete + CD).

O guitarrista apresenta este novo trabalho: “O Que Já Importa celebra o que a música pode ter de mais conciso. A depuração rítmica de cada uma das canções é o mote para a sua particularidade: cada faixa ouvida revela aos poucos a mensagem como num mantra, em repetições que tornam reconhecível o retrato musical como um todo, como um só retrato, particular e irrepetível. Todas as canções são provindas de um imaginário centrado na guitarra como “voz” criadora. Dela despontam os lugares e episódios, os momentos e as viagens que os interligam. São canções num sentido amplo e diversificado, que acolhe as idiossincrasias próprias de um instrumento tão popular e rico em elementos de culturas tão diversas quanto o é a guitarra. Também representada está a canção portuguesa, a melodia em português, que reluz da letra e do lugar de nostalgia. Cada música reconstitui uma vivência e reconstrói a sua marca na memória emocional que a acompanha: uma autobiografia em sons. Este trabalho corporiza o significado do Blues nas suas várias manifestações em mim. Não sei o que foi começo nem qual o destino. Mas sei tudo sobre o percurso feito, e aqui conto essa história, com os pontos de referência que importam.”

Editora Robalo leva concertos ao Penha SCO

A editora de jazz Robalo começou a fazer programação de concertos no Penha SCO, em Lisboa. A editora vai passar a promover concertos regularmente, todas as quartas-feiras, sempre às 19h30, no espaço da Rua Neves Ferreira 10-B, na Penha de França. A programação arrancou esta semana e aqui fica a agenda para o resto do mês de Maio.

12 Maio | Nazaré Silva Quinteto
Nazaré Silva / João Gato / Bernardo Tinoco / José Almeida / Samuel Dias

19 Maio | Zarabatana
Bernardo Álvares / Carlos Godinho / Norberto Lobo / Yaw Tembe

26 Maio | ¡Golpe! + Masa Kamaguchi
Gonçalo Marques / João Pereira / Masa Kamaguchi

André Matos lança gravações em duo

O guitarrista André Matos acaba de publicar um projecto original e ambicioso: um disco de gravações em duo, realizadas à distância. Neste On The Shortness Of Life (Vol.I to IV), a guitarra de Matos interage com um leque alargado de convidados: João Lencastre, Gonçalo Marques, Leo Genovese, José Soares, Julian Shore, Demian Cabaud, Dov Manski, Aaron Krusiki, André Carvalho, Sara Serpa, Richard Sears, Nathan Blehar e Noah Preminger.. Os quatro volumes já estão disponíveis na página Bandcamp.

Trio RAN lança EP de estreia

O trio RAN acaba de apresentar o seu primeiro registo. O grupo de Daniel Neto (guitarra), Hugo Antunes (baixo) e João Rijo (bateria) lançou um EP no Bandcamp, que inclui quatro temas originais: “Kraken”, “Passei No Parque”, “Jim Jam” e “Canção em Balada”. O trio apresenta-se: “RAN é um trio clássico de guitarra, baixo e bateria que toca música de autor, música essa composta e desenvolvida artesanalmente sem preconceitos. Três amigos com várias afinidades em comum, como o jazz e o surf, decidem juntar-se e trazer ao mundo, em forma de som, todo o seu universo musical e pessoal. RAN é o resultado desse encontro: é música sem fórmulas nem fronteiras. A sua música é palpável e tem cheiro a mar encardido na existência cosmopolita.” O EP homónimo já está disponível online.