Aproxima-se mais uma edição do ciclo Amadora Jazz, que este ano chega à 9ª edição e se realiza entre os dias 7 e 9 de Março. O grande destaque do programa será o Marc Copland Trio, com Drew Gress e Joey Baron. Novamente co-organizado pela C.M. Amadora com o Jazz ao Centro Clube, o festival vai apresentar um total de quatro concertos, três espectáculos nos Recreios da Amadora e uma actuação no Cineteatro D. João.
No dia 7 os Recreios da Amadora acolhem o trio TGB, projecto de Sérgio Carolino, Mário Delgado e Alexandre Frazão, que acaba de editar o disco “III” (Clean Feed); no dia 8, sexta, a big band LUME – Lisbon Underground Music Ensemble actua nos Recreios da Amadora; no sábado, dia 9, a banda GeraJazz actua no Cineteatro D. João V, às 17h00. O festival encerra com o concerto do Marc Copland Trio, no dia 9 às 21h30.
A espera foi longa. O saxofonista Ricardo Toscano surgiu muito jovem, começou por se fazer notar na Festa do Jazz, ainda adolescente, e rapidamente passou a ser convidado para tocar com muitos músicos portugueses. Desde então alimentou um enorme currículo de colaborações e continuou a estudar. Afirmou-se como saxofonista e notável improvisador, com solos enérgicos e memoráveis. Não teve pressa em editar o seu disco de estreia. Muitos discos são editados quando os músicos estão ainda numa fase prematura, por vezes estão ainda numa fase de evolução técnica, muitas vezes ainda não têm ideias bem definidas. Os discos aparecem pela necessidade de mostrar algo. Toscano não teve pressa, trabalhou com calma. E ainda bem que o fez. (…)
Ricardo Toscano já era um fenómeno de popularidade no actual panorama do jazz português do século XXI. Já era reconhecido, entre pares e junto do público, como instrumentista notável, os seus concertos estavam cheios, esgotavam, os seus solos eram aplaudidos de pé. Agora, com a edição deste disco, Toscano confirma-se como músico completo, compositor e líder de um quarteto superlativo. Este disco, belíssimo, fica para a história do jazz português. (…)
Na próxima quarta-feira, dia 13 de Fevereiro, o bar Irreal, em Lisboa, promove uma sessão especial com dois concertos. Às 19h30 actua um trio que junta Peter Evans (trompete), Ryan Muncy (saxofone) e Gabriel Ferrandini (bateria e percussão). Estes músicos vão apresentar-se em vários formatos: solos, duos e trio. Depois segue-se um concerto de Rafael Toral (electrónica), acompanhado por Nuno Torres (saxofone alto) e Nuno Morão (bateria).
O Sexteto de Bernardo Moreira vai celebrar o 94º aniversário do nascimento do guitarrista Carlos Paredes com um concerto especial na Fundação José Saramago. O concerto terá lugar no dia 16 de Fevereiro, sábado, às 18h30. Neste concerto Moreira estará acompanhado por João Mortágua (saxofones alto e soprano), Tomás Marques (saxofones alto e soprano), Ricardo J. Dias (piano), Mário Delgado (guitarra eléctrica) e Joel Silva (bateria).
O contrabaixista apresenta assim o concerto: “Falar de Carlos Paredes é, para mim, muito mais do que falar de um músico genial, é falar de alguém que teve um impacto enorme no meu percurso enquanto músico. A descoberta da sua obra levou-me, há 15 anos atrás, a editar um disco ao qual chamei “Ao Paredes Confesso”, onde me propus dialogar com ele, através de algumas das suas maravilhosas e eternas melodias. Passados estes anos, percebo o efeito que tudo isto teve em mim, levando-me a explorar universos que eu pensava estarem tão distantes do meu mas que, na verdade, se tocam formando, na realidade, um só. Senti uma vontade inesperada de celebrar tantas viagens entre o Jazz, o Fado, a Canção e o Fado de Coimbra e talvez por tudo isto me sinta Entre Paredes. No próximo dia 16 de fevereiro, Carlos Paredes faria 94 anos e eu não poderia deixar escapar a oportunidade, aproveitando o caloroso convite da Fundação Saramago, para celebrar, de viva voz, uma data tão especial. Este novo concerto traz muitas novidades na escolha do repertório, indo ao encontro de algumas peças menos conhecidas, mas não menos interessantes de Carlos Paredes e sobretudo na mudança da instrumentação, diria eu quase tricéfala (sax alto/soprano, piano/guitarra, contrabaixo/bateria), criando uma sonoridade muito diferente da anterior.”
Os bilhetes têm o preço único de 5€ e estão disponíveis na Fundação José Saramago (Casa dos Bicos); reservas através do e-mail: secretaria@josesaramago.org.
A harpista Jacqueline Kerrod vai apresentar-se ao vivo em Portugal em diferentes formatos. Kerrod vai actuar a solo no Solilóquios (Porto) no sábado, dia 9 de Fevereiro. No dia seguinte, 10 de Fevereiro, domingo, a harpista actua em duo Pedro Melo Alves, no Conservatório de Música do Porto. E no dia 14, quinta-feira, actua num quarteto com Pedro Melo Alves, João Grilo e Mariana Dionísio no Salão Brazil, Coimbra. Jacqueline Kerrod integra grupos como o ensemble do Anthony Braxton, American Modern Ensemble, International Contemporary Ensemble ou Metropolis Chamber Ensemble.
Surgiram em 2013, com um disco de estreia homónimo, editado na Shhpuma. O trio Timespine reunia três músicos oriundos de universos diversos: Adriana Sá (zither e electrónica), John Klima (baixo eléctrico) e Tó Trips (dobro e percussão). Este novo “Urban Season” é o segundo volume de uma discografia de um grupo que já encontrou o seu universo sonoro próprio. Este é um mundo muito particular: a matriz sonora instrumental é folk, mas o trio não se serve de composições convencionais para mergulhar na tradição da América profunda; ao contrário do que acontece noutras edições da Shhpuma, o trio também não explora a improvisação pura. Neste projecto atípico, o grupo trabalha a partir de partituras gráficas (da autoria de Adriana Sá) e as intervenções de cada um dos instrumentos vão respeitando as indicações visuais. Embora exista esse respeito à composição gráfica, neste processo há uma grande amplitude para a interpretação de cada sinal, cada músico pode transformar em música a sua interpretação pessoal, que poderá diferir da interpretação dos outros músicos. Ou seja, trata-se de uma música semi-aberta, onde há uma margem alargada para a criatividade de cada contribuição individual. O resultado que encontramos neste neste “Urban Season” é uma folk planante, música exploratória que vai incorporando referências diversas, mas acaba por soar como massa una, coerente. (…)