Ao vivo: Diogo Duque “A Viagem de Laniakea”


[Fotografia: Jorge Carmona]

O trompetista e compositor Diogo Duque apresentou o seu novo projecto, “A Viagem de Laniakea”, ao vivo no Museu Nacional de Arte Antiga, no passado dia 27 de Fevereiro. Aqui fica a descrição do concerto nas palavras de Daniela Duarte.

“Diogo Duque prometeu e foi, de facto, a uma viagem sonora que nos conduziu na passada terça-feira no Auditório do Museu Nacional de Arte Antiga. Com partida a lembrar o mestre Baden Powell e o seu agridoce “Tristeza e solidão”, mostrou desde o início a forma sensível e intensa com que o trompete nos iria brindar durante todo o percurso e paisagens das suas novas criações. Assistiu-se a um belíssimo casamento entre o contrabaixo de Francisco Brito e a guitarra de Pedro Branco, interrompido pela criativa improvisação com que o jovem guitarrista já nos habituou, ao servir-se dos seus pedais para acrescentar uma outra dimensão cósmica às cordas. A percussão começou tímida a marcar passo e rapidamente, com a mestria de José Salgueiro, se tornou o motor de algumas das composições, com ritmos que lembram viagens a culturas remotas onde a música é tradição inerente à condição humana. Simultaneamente, foi-se assistindo à construção de uma narrativa visual conduzida pelas ilustrações de Valério Giovannini, lembrando sempre o importante papel da criação através das figuras femininas que iam sendo criadas e que de forma poética nos iam lembrando Deusas do Olimpo perdidas e encontradas num infinito cenário idílico de matéria interestelar. Ficaram em falta as palavras da não presente Ana Sofia Paiva, aguçando a vontade de voltar a um reencontro próximo, desta vez para uma Viagem de Laniakea mais rica e completa.”