Mano a Mano em tour nacional

[Fotografia: Paulo Segadães]

O duo Mano a Mano, projecto que junta os irmãos guitarristas Bruno e André Santos, prepara-se para arrancar com uma digressão que vai apresentar concertos em várias localidades portuguesas. A tour arranca em meados de Maio e prolonga-se até final do ano, incluindo uma residência com o apoio d’O Eixo do Jazz. Numa declaração exclusiva, o guitarrista André Santos faz a apresentação da tour que aí vem.

“Queremos levar a nossa sala de estar aos mais diversos públicos e partilhar um pouco do das nossas histórias, influências e cumplicidade pessoal e musical. Vamos tocar o repertório do “Vol. 2″ e alguns mais antigos. Teremos uma residência artística logo no início da tour, com o apoio da Associação Luso-Galaica Eixo do Jazz, e daí poderão sair novidades para os restantes concertos. Estamos cada vez melhores. Mais maduros e a pensar cada vez mais a sério e a longo prazo no projecto. Aos poucos e poucos os nossos originais têm vindo ao de cima neste duo, que inicialmente surgiu apenas para tocarmos algumas canções (de outros) que gostávamos muito. Lá para o final de 2019 devemos gravar novo disco. Pode ser que tenhamos uns convidados. Vamos ver o que nos sugere a criatividade. Mas o que é certo é que os manos não vão parar! Vamos continuar até que nos escolham como um dos melhores discos de Jazz dos últimos 300 anos!”

Aqui fica a agenda completa de espectáculos.

Disco: “Dream Dream Beam Beam” de Julius Gabriel

Julius Gabriel
“Dream Dream Beam Beam”
(Lovers & Lollypops, 2018)

Saxofonista natural da Alemanha, Julius Gabriel vive e trabalha actualmente na cidade do Porto. Integra projectos internacionais como The Dorf, About Angels and Animals, Blutiger Jupiter e Das Behälter. Começou recentemente a desenvolver trabalho com músicos nacionais, participando no trio Ikizukuri (com Gonçalo Almeida e Gustavo Costa), no duo Paisiel (com o percussionista João Pais Filipe, também com disco acabado de editar) e apresentou ao vivo os Julius Gabriel’s Cosmic Messengers. (…)

O resultado é uma viagem psicadélica, onde se combina o som do sopro, com camadas de electrónica e samples, numa massa sonora espacial. Entre os rugidos do saxofone tenor e o mar de efeitos electrónicos (usando o instrumento como fonte sonora), combinação de fraseados e feedback, nasce uma música originalíssima, desafiante. Nas cascatas de som de Gabriel damos um mergulho no espaço e, sem encontrar um paralelo aproximado, evocamos o jazz cósmico de Sun Ra, que encontra neste jovem alemão-portuense um legítimo herdeiro da sua música extraterreste.

Texto completo no site Bodyspace.

Bruno Pernadas leva Sun Ra ao MAAT


Bruno Pernadas Ensemble [Fotografia: José Frade / EGEAC]

O compositor e guitarrista Bruno Pernadas vai apresentar ao vivo a sua interpretação da música de Sun Ra no MAAT, em Lisboa, no dia 20 de Maio (final da tarde). Este concerto está integrado no Festival Solar Lisboa, que se realiza entre os dias 17 e 20 de Maio nos museus da zona de Belém. Neste concerto Pernadas estará ao leme de um ensemble alargado que junta alguns nomes grandes do jazz nacional: Margarida Campelo, Antonio Vasconcelos Dias, João Mortágua, Francisco Andrade, André Murraças, Ricardo Formoso, Sergio Rodrigues, Pedro Pinto e João Rijo. Recorde-se que o ensemble de Pernadas participou no evento “100 Ra” no Teatro Maria Matos, em Outubro de 2014, celebrando o centenário de Sun Ra. Além deste concerto, o festival vai ainda apresentar actuações de Cachupa Psicadélica e JP Simões.

Playlist: Jazz português do século XXI

Aqui está uma playlist Spotify que junta alguns dos momentos mais memoráveis do jazz português do século XXI. Faltam muitos músicos e projectos (alguns por esquecimento, outros por não estarem disponíveis), algumas escolhas serão discutíveis, mas a playlist serve para relembrar ou dar a conhecer alguma da música mais bela e criativa feita em Portugal nos últimos vinte anos. Mais do que seguir determinada ordem (cronológica ou por género/estilo), fica a sugestão: ouvir de forma aleatória, a melhor forma de se perceber a diversidade do jazz que cá se faz.

Playlist criada a partir desta lista:
20 discos de jazz português do Século XXI

Faro acolhe Os Dias do Jazz

Trio de Jazz de Loulé

Está aí a chegar mais um festival de jazz. A cidade de Faro vai acolher quarta edição do festival “Os Dias do Jazz”, que se realiza entre os dias 11 e 20 de Maio. Os concertos decorrem em vários locais da cidade: no dia 11 o Trio de Jazz de Loulé – de João Pedro Coelho, António Quintino e João Pereira – actua com o convidado Mário Laginha (Teatro das Figuras); no dia 12 toca o Marco Martins Quartet (Club Farense); no dia 13 o contrabaixista Zé Eduardo actua com o convidado Ricardo Toscano (Club Farense); no dia 17 há Mano a Mano, duo dos irmãos André e Bruno Santos (Palácio Belmarço); a 18 toca o Jaques Morelenbaum Cello Samba Trio com Paula Morelenbaum (Teatro das Figuras); e o festival fecha no dia 20 com o quarteto de Norberto Lobo, a apresentar o novo disco “Estrela” (Pátio do Seminário). O preço dos bilhetes varia entre 5€ e 15€ e os bilhetes estarão disponíveis através da Bilheteira Online e nos “locais habituais”.

Jazz no Parque regressa a Serralves em Julho


Lucía Martínez

Acaba de ser revelada a programação do Jazz no Parque. Programado por Rui Eduardo Paes, o ciclo de Serralves apresenta nesta sua 27ª edição três concertos durante o mês de Julho: dois projectos internacionais em estreia em Portugal e um projecto nacional com material inédito. O ciclo arranca no dia 7 de Julho com a actuação de The Mantra of the pHat Lotus, projecto do guitarrista portuense Mané Fernandes que vai estrear novas composições e contará com dois músicos convidados: Gonçalo Moreira (teclados) e Nick Jurd (baixo eléctrico). A 14 de Julho actua Lucía Martínez & The Fearless, projecto liderado pela baterista galega com Benjamin Weidekamp (clarinete baixo), DJ lllvibe (gira-discos), Ronny Graupe (guitarra) e Marcel Kroemker (contrabaixo). O ciclo fecha no dia 21 de Julho com o concerto de Naked Wolf, grupo que junta Felicity Provan (voz, trompete), Yedo Gibson (saxofones barítono e tenor), Mikael Szafirowski (guitarra, voz), Luc Ex (guitarra baixo) e Gerri Jager (bateria). Como habitualmente, os concertos terão lugar no campo de ténis de Serralves.

Ao vivo: 15º Portalegre Jazzfest

Angles 3 [Fotografia: Žiga Koritnik]

Para a sua 15ª edição o Portalegre Jazzfest apresentou ao longo de três noites um leque de propostas esteticamente diversas: um duo americano, um trio europeu e três projectos portugueses que reflectem a actual vitalidade da cena nacional.

O festival arrancou no dia 26 de Abril com a actuação dos Angles 3 no CAEP – Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre. Projecto-âncora do saxofonista sueco Martin Küchen, os Angles assumem habitualmente formatos alargados – sexteto, octeto ou noneto, respectivamente designados Angles 6, 8 e 9 – mas esta versão reduzida conta com dois músicos convidados que não tocam habitualmente nas versões alargadas: o norueguês Ingebrit Håker Flaten no contrabaixo e o sueco Kjell Nordeson na bateria (também notável vibrafonista, noutros contextos). Trazendo na bagagem um disco novo, com o título “Parede”, o trio apresentou ao vivo os temas desse disco acabado de editar pela portuguesa Clean Feed. O grupo começa por expor as melodias com tranquilidade, repetindo os motivos, para a música depois evoluir rapidamente em crescendos de energia, assumindo a sua filiação no free jazz. Perante uma sala com muitos lugares vazios, o trio exibiu a sua competência e alta intensidade. Para fechar o concerto ficou o tema “Satan in Plain Clothes” (faz parte do disco dos Angles 3 e dá também nome a um disco do quinteto All Included, outro projecto paralelo de Küchen). O trio nórdico voltou a tocar no dia seguinte, na extensão do festival em Castelo de Vide, nos Paços do Concelho, num concerto mais concentrado e intimista, mas com a mesma energia e intensidade.

 

Bill Frisell & Thomas Morgan [Fotografia: Žiga Koritnik] Continue reading “Ao vivo: 15º Portalegre Jazzfest”

Quarteto In Layers em tour nacional

[Fotografia: Nuno Martins]

O quarteto In Layers prepara-se para gravar o seu segundo disco e promove uma tour que passará por várias salas nacionais. O grupo junta Luís Vicente (trompete), Marcelo dos Reis (guitarra), Kristján Martinsson (piano) e Onno Govaert (bateria) e editou o primeiro disco, homónimo, pela editora inglesa FMR Records. O quarteto vai apresentar-se três noites em Lisboa (11 de Maio na Ler Devagar/LX Factory, 12 no Desterro e 13 no Bar Irreal), seguindo-se concertos nas Caldas da Rainha (16 no Grêmio Caldense) e Coimbra (17 no Salão Brazil).

Luís Lopes apresenta o novo Lisbon Berlin Quartet


Lisbon Berlin Trio [Fotografia: Márcia Lessa]

No dia 3 de Maio a Galeria ZDB, em Lisboa, apresenta ao vivo o Lisbon Berlin Quartet, uma nova formação que junta o pianista Rodrigo Pinheiro ao trio de Luís Lopes, Robert Landfermann e Christian Lillinger. O guitarrista Luís Lopes, mentor do grupo, faz a sua apresentação.

O grupo Lisbon Berlin já existe há alguns anos como trio, já com um som definido e um percurso sólido. Como surgiu a ideia deste grupo?

O Lisbon Berlin Trio é um grupo peculiar na diversidade que constitui o Universo da minha mente como veículo ou canal transmissor de criatividade como sistema supra-humano. Viajo exactamente na linha de fronteira entre o controle e o descontrole da minha mente. Aí mesmo nessa linha infinitamente tenue. Daí o último disco do grupo se ter Chamado “The Line” e o primeiro tema “Vertigo”… Essa vertigem, ao limite, fascina-me! A organização composicional da música do grupo é toda constrida de acordo com este imaginário. Existem umas partes escritas que depois se misturam com a improvisação, sim, mas sob a fórmula de descontrole no sentido do caos… As diferentes vozes por vezes estão escritas com o entrosamento certo, mas pre-construídas para poderem moldar-se no sentido do descambe. É assim que eu gosto… Do caos… Onde perdes o controle por momentos, e isto individualmente no meio de um grupo, o que é uma loucura.. mas é esse o jogo! E penso que consegui no último disco, e nos últimos concertos, e que todos nós o sentimos. Por exemplo o tema “The Line” é uma composição escrita toda retalhada em que cada um sente como quiser ou puder e “tenta” alguma coisa no meio de um possível desespero. Agora temos novas composições para organizar neste sentido! Já alguma vez sentiste-te perder totalmente o controle em “ti”? O perigo… e a transcendência!

O grupo vai agora passar a quarteto com a inclusão do Rodrigo Pinheiro. Porquê convidar o Rodrigo para tocar piano eléctrico Fender Rhodes?

O Rodrigo vai trazer variadas coisas. Nomeadamente o elemento psicadélico, e também, claro, um certo adorno técnico. Eu já tinha ouvido o Rodrigo a tocar Rhodes quando trabalhámos juntos na sessão de gravação do disco dos Lisbon Freedom Unit, que vai sair em breve na Clean Feed. É um disco maravilhoso e abre portas para mais futuro. Apaixonou-me a forma como o Rodrigo usou o Rhodes com um pedal de distorção, aliás, sugestão minha. Agora para juntar à minha guitarra distorciva e com mais efeitos desta vez e também ao contrabaixo com distorção e efeitos do Robert, ao que se junta a bateria visceral do Christian. Uma máquina! O Rodrigo entende tudo o que aqui digo para além de ter uma técnica considerável, que bem usada vai trazer mais e melhor dinâmica e efervescência. Vai elevar e puxar mais pelo lado do músculo. É isso, sempre no sentido visceral, da desobediência e da transcendência, mesmo para connosco como indivíduos, produtos de uma máquina pré-comandada sabe-se lá pelo quê. Interessa-me o conceito da auto-subversão como porta de saída da redundância e mediocridade. Sou um ser espiritual e como tal não religioso. A religião reduz o espiritual a um “deus” não só aberrante como totalmente descartável, assim como tudo o que é humano. Tudo tiques de pequenês e fraca condição. Mas no entanto podemos e devemos reequacionar o que é “ser” humano, para assim abrirmos portas e possibilidades de futuro para a raça. Se não, venha logo uma inteligência artificial a sério que acabe com esta merda de uma vez por todas!

Quais são os planos para o quarteto?

Saímos de madrugada para concerto no Ausland em Berlin. No dia seguinte sessão de estúdio adjacente ao Ausland para registar o novo material em disco, objectivo principal para este grupo nesta altura. Depois veremos se o que temos para oferecer neste momento tem potencial para mais mostras e aventuras. É assim que eu funciono! Mas sim, a coisa promete… É um grupo monumental!

Vem aí o ciclo Spring On! na Casa da Música

Honest John

A Casa da Música volta a apresentar o seu ciclo de jazz primaveril. Entre os dias 3 e 6 de Maio realiza-se a sétima edição do Spring On!, que apresenta projectos desafiantes de jazz contemporâneo. O ciclo arranca no dia 3, quinta-feora, com o concerto do trio B-Mesmo; no dia 4, sexta, há concertos de Paisiel (duo de Julius Gabriel e João Pais Filipe) e Honest John (quinteto da Noruega); no sábado, dia 5, actuam Julius Gabriel (solo) e Heartbreakers; e o festival encerra no dia 6, domingo, com as actuações do italiano Enrico Zanisi (piano solo) e do projecto português Roque (quarteto do guitarrista João Roque).