João Barradas apresenta dois discos: “Solo I” e “Portrait”

[Fotografia: Márcia Lessa]

Num gesto arrojado, o acordeonista, compositor e improvisador João Barradas acaba de lançar dois discos em simultâneo. Os álbuns Solo I e Portrait são edições em parceria entre a Nischo e a Inner Circle Music e representam duas facetas diferentes do músico. Em declarações exclusivas, João Barradas apresenta-nos estes seus dois trabalhos mais recentes. Continue reading “João Barradas apresenta dois discos: “Solo I” e “Portrait””

Ao vivo: 10.º Festival Porta-Jazz

Fundada no ano de 2010, a associação Porta-Jazz tem promovido diversas iniciativas para divulgar o trabalho desenvolvido pelos músicos jazz do Porto. Além da edição de discos (cerca de meia centena, através do selo editorial Carimbo Porta-Jazz) e da Sala Porta-Jazz (espaço de concertos com programação regular e atenta), a associação organiza o seu festival, homónimo, que se tem realizado com regularidade anual. Chegado à sua 10.ª edição, o Festival Porta-Jazz realizou-se nos dias 7, 8 e 9 de Fevereiro num espaço emblemático da cidade do Porto, o Rivoli – Teatro Municipal, com a programação distribuída por diferentes salas. Continue reading “Ao vivo: 10.º Festival Porta-Jazz”

Disco: “Utopia” de MAU

MAU
Utopia
(Porta-Jazz, 2019)

O contrabaixista Miguel Ângelo tem participado em alguns dos projectos mais interessantes do jazz nortenho contemporâneo, como o Ensemble Super Moderne, o Pedro Neves Trio ou o quarteto MAP. Como líder, em 2013 editou o seu disco de estreia, Branco, e em 2016 seguiu-se o álbum A Vida de X – ambos os gravados com um quarteto que inclui o notável saxofonista João Guimarães. Com estes discos Miguel Ângelo afirmou-se como instrumentista de óptimo nível, mostrando um jazz sólido assente em composições fortes. Contudo, foi com o disco I think I’m going to eat dessert (edição Creative Sources, 2017), gravação arriscada de contrabaixo solo, que mostrou a amplitude da sua visão sonora, mergulhando no universo da improvisação aberta. Continue reading “Disco: “Utopia” de MAU”

Disco: “Song(s) of Hope” de João Lencastre

João Lencastre’s Communion 3
Song(s) of Hope
(Clean Feed, 2019)

O ano de 2019 foi intenso para João Lencastre, que se desdobrou em diversas aventuras musicais. O baterista, compositor e improvisador lançou dois importantes – e diferentes – discos: Parallel Realities (FMR Records), gravado com Albert Cirera (saxofones), Rodrigo Pinheiro (piano), Pedro Branco (guitarra) e João Hasselberg (contrabaixo, baixo e electrónica); e este Song(s) of Hope (Clean Feed) ao leme do seu grupo Communion 3. Integrou um grupo originalíssimo que juntou músicos ligados ao mainstream e à vanguarda, um quarteto que o juntou com Rodrigo Amado, Ricardo Toscano e Hernâni Faustino (“fez história, mudando o cenário do jazz português”, escreveu Rui Eduardo Paes no site Jazz.pt). E participou no Nau Quartet, quarteto liderado pelo seu irmão José Lencastre, que editou o álbum Live In Moscow (Clean Feed), entre outras colaborações e parcerias. Continue reading “Disco: “Song(s) of Hope” de João Lencastre”

Susana China apresenta “Ponto de Fuga”

Cantora natural de Coimbra, Susana China lançou em 2018 o seu disco de estreia, Trapézio, onde se revelou como cantora e compositora. Agora, a cantora acaba de editar um novo trabalho, Ponto de Fuga, dando mais um passo em frente na sua evolução artística. Numa pequena entrevista, Susana China apresenta este novo disco.

Porquê o título Ponto de Fuga?
A escolha do nome deste álbum surge, desde logo, com objectivo de criar várias possibilidades de interpretação a quem ouve… Por ser um álbum que aborda temas e histórias de cariz intimista e de emoções de pessoas, este trabalho posiciona essas mesmas emoções em perspectiva… e pode ser a de qualquer um… e pode, até, permitir uma fuga através das canções. E naturalmente transportar este conceito também para a uma interpretação e concepção visual, confere coerência e unidade ao trabalho e acredito que reforça a sua compreensão. E aqui tenho que salientar o trabalho de design da Mariana Seiça que está comigo desde o início do Trapézio e agora neste Ponto de Fuga. Ela tem sido fundamental para que os álbuns tenham, de facto, um design tão bonito!

Como decorreu o processo de composição destes novos temas?
O meu processo de composição é sempre solitário. Não consigo partilhar nenhuma ideia ou conceito (mesmo que seja um trabalho conjunto), sem que essa ideia não esteja minimamente segura na minha cabeça. Tenho que ter uma estrutura daquilo que quero dizer e cantar. Só depois desta fase é que consigo partilhar. E foi neste contexto que foi surgindo o Ponto de Fuga. O Guilherme foi ouvindo as minhas ideias e naturalmente foi acrescentando com as suas. Todo o álbum nasce da voz e da guitarra. Até o tema “Deixa ficar”, que tem o arranjo de cordas do Buga Lopes, inicialmente, passou por essa fase. Se tivermos que nos apresentar só a voz e guitarra, isso vai acontecer; mas esse não é o álbum que gravámos. É a raiz desse trabalho e pode também ser encarado como uma nova forma de o disco se transfigurar e voltar à sua fase mais embrionária e crua… ou de alguma forma voltar a ser mais intimista e/ou até reinventar-se. Continue reading “Susana China apresenta “Ponto de Fuga””

Discos: “Corda Bamba” / “Fish Wool” (2019)

Corda Bamba
Corda Bamba
(JACC Records, 2019)

Fish Wool
Fish Wool
(JACC Records, 2019)

Uma das iniciativas marcantes promovidas pelo Jazz ao Centro Clube tem sido, além do festival homónimo, dos ciclos X-Jazz e da gestão/programação do Salão Brazil, a editora JACC Records. O selo editorial, inaugurado em 2010, tem documentado projectos interessantes do jazz e das músicas improvisadas feitas em Portugal, estando agora a chegar às quatro dezenas de edições. Os dois lançamentos mais recentes da editora mostram músicos nacionais em parceria com músicos estrangeiros, mostrando que a música não conhece fronteiras. Continue reading “Discos: “Corda Bamba” / “Fish Wool” (2019)”

Songs from the Southwest estreia-se na Fundação Saramago

O trio Songs from the Southwest vai fazer a sua estreia ao vivo em solo nacional com um concerto na Fundação José Saramago. Este grupo reúne três experientes músicos da cena nacional – Bernardo Couto (guitarra portuguesa), Luís Figueiredo (piano) e Bernardo Moreira (contrabaixo) – músicos que tocam juntos como membros do grupo de Cristina Branco. O trio promete uma interpretação original e jazzística de composições de fado, jazz e canções tradicionais. O concerto terá lugar no dia 1 de fevereiro, sábado, às 21h00, e os bilhetes têm o preço de 5€.

Ricardo Toscano apresenta “A Love Supreme” na Culturgest

O saxofonista Ricardo Toscano vai apresentar a obra A Love Supreme ao vivo na Culturgest. O magnum opus de John Coltrane será interpretado pelos músicos que integram o seu quarteto (Toscano no saxofone alto, João Pedro Coelho no piano, Romeu Tristão no contrabaixo e João Lopes Pereira na bateria), juntando-se ainda três músicos convidados: Francisco Andrade (saxofone tenor), João Almeida (trompete) e Luís Candeias (bateria). O concerto realiza-se no dia 30 de Maio, às 21h00, poucos dias depois da apresentação do espetáculo de dança A Love Supreme, de Anne Teresa de Keersmaeker e Salva Sanchis (22 e 23 de Maio). O concerto tem início às 21h00, os bilhetes têm o preço de 14€ (e há descontos).

Festival Porta-Jazz: aqui está o programa completo

[Fotografia: Márcia Lessa]

O Festival Porta-Jazz realiza-se nos dias 7, 8 e 9 de Fevereiro. Depois das primeiras confirmações (Peter Evans com Orquestra Jazz de MatosinhosImpermanence de Susana Santos Silva, HVIT e Pulse!), o programa completa-se com projectos como Pedro Neves Trio, João Mortágua (a apresentar Dentro da Janela), A Incerteza do Trio Certo, o trio MAU (que lançou recentemente o seu disco Utopia) ou Hugo Carvalhais (a apresentar Ascetica), entre outros. O festival vai ter como palcos seis espaços do Rivoli: Grande Auditório, Pequeno Auditório, Sub Palco, Palco GA, Foyer e Café-Rivoli. Aqui fica o programa completo do festival.

Dia 7
14:00 Encontro de Escolas – Masterclass Jim Hart – Encontro de Escolas – Pequeno Auditório
16:00 Encontro de Escolas – Masterclass Seamus Blake – Pequeno Auditório
18:00 Encontro de Escolas -Apresentação Escolas – Pequeno Auditório
21:30 HIVT de João Grilo e Miguel C. Tavares – Grande Auditório
22:30 Coreto Porta-Jazz Celebration– Grande Auditório
23:30 Jim Hart/Alfred Vogel Come Rain Come Shine + Jam Session – Café

Dia 8
15:00 Falar de ouvido – Concerto comentado com João Grilo – Café
16:00 Ricardo Coelho (PULSE!) feat. Frederico Heliodoro – Palco GA
17:00 A Incerteza do Trio Certo – Sub Palco
18:15 Pedro Neves Murmuration – Pequeno Auditório
19:15 Impermanence The Ocean Inside a Stone – Pequeno Auditório
21:30 João Mortágua Dentro da Janela – Grande Auditório
22:30 Peter Evans & Orquestra Jazz de Matosinhos – Grande Auditório
23:30 DJ Set c/ Marcos Cruz – Café

Dia 9
15:00 Hop Dance Studio Baile Lindy Hop – Foyer
16:00 Residencial AMR/Porta-Jazz – Palco GA
17:00 BLECHBARAGGE (BEZAU BEATZ Festival) – Sub Palco
18:15 MAU Utopia – Pequeno Auditório
19:15 Jeffery Davis Quinteto For Mad People Only – Pequeno Auditório
21:30 Hugo Carvalhais Ascetica feat. Liudas Mockunas – Grande Auditório
22:30 Ricardo Formoso Implusão feat. Seamus Blake & Albert Bover – Grande Auditório
23:30 ESMAE Jazz Ensemble + Jam Session – Café

NoA vai lançar disco de estreia “Evidentualmente”

O grupo NoA, trio formado por Nuno Costa na guitarra, Óscar Marcelino da Graça nos teclados e André Sousa Machado na bateria, vai lançar o seu disco de estreia. O álbum Evidentualmente será lançado a 25 de Março, editado em vinil e nas plataformas digitais. Aqui fica a apresentação do trio e a sua agenda de concertos.

“O trio explora diferentes dimensões e ambientes musicais, privilegiando sempre a interacção. Com o jazz e a música improvisada como pano de fundo, o seu repertório inclui temas originais e arranjos de canções do universo musical popular nacional e internacional. Fruto da sua experiência e cumplicidade, são ainda comuns nos concertos, momentos de improvisação livre onde é evidenciada a partilha e um dialecto comum entre os músicos. Com uma sonoridade elegante, personalidade musical bem vincada  e melodias bem delineadas, este projecto procura assim estabelecer uma estética de fusão entre a contemporaneidade da música cosmopolita e a tradição da música improvisada com origem no jazz.”

25 de Março: Fundação José Saramago, Lisboa
27 de Março: Jazz na Ordem, Porto
28 de Março: Porta-Jazz, Porto
30 de Maio: Casa da Cultura de Setúbal
9 a 11 de Julho: Hot Clube de Portugal, Lisboa