Ellen Arkbro ao vivo no Porto e em Lisboa


A compositora sueca Ellen Arkbro estreia-se em Portugal com apresentações ao vivo no Porto (Serralves e Igreja de Cedofeita, 24 e 18 de Abril) e em Lisboa (Teatro do Bairro Alto, 29 de Abril). A Serralves Arkbro leva CHORDS for guitar, do seu álbum mais recente. Na Igreja de Cedofeita irá apresentar three, para trio de metais (peça incluída no primeiro álbum), e um novo trabalho para aquele que é, atualmente, o seu principal instrumento: o órgão de tubos. Arkbro apresenta-se no dia 29 de Abril, às 19h00, no Teatro do Bairro Alto em Lisboa também com CHORDS for guitar.

Beatriz Nunes, Paula Sousa e André Rosinha lançam disco


[André Rosinha, Paula Sousa e Beatriz Nunes]

O novo trio que reúne Beatriz Nunes (voz), Paula Sousa (piano) e André Rosinha (contrabaixo) vai lançar o disco À Espera do Futuro pela editora Nischo. O trio apresenta a música: “O disco foi escrito durante o lockdown pandémico, observando a emergência de diversos fenómenos sociais e políticos. A música deste disco resulta da combinação destas experiências, oscilando entre a catástrofe e a esperança”. Assinalando a edição, o trio apresenta-se em concerto no dia 21 Abril às 19h00, no Liceu Camões, em Lisboa, que terá também transmissão online.

Clean Feed apresenta primeiro pacote de discos de 2021


[Hearth]

A editora Clean Feed, que neste 2021 celebra 20 anos de actividade, acaba de anunciar o primeiro pacote de discos do ano. Destacam-se duas propostas de músicos nacionais: Melt, o disco de estreia do quarteto Hearth, um grupo 100% feminino onde militam Susana Santos Silva (trompete), Mette Rasmussen (sax alto), Ada Rave (sax tenor e clarinete) e Kaja Draksler (piano); e Directions do Space Quartet de Rafael Toral. Juntam-se ainda novos discos de grupos internacionais: Lockdown de Sylvie Courvoisier, Ned Rothenberg e Julian Sartorius; Nocturnes de Dominique Pifarély Quartet; Nature Hath Painted the Body de Jonas Cambien Trio; This Is It do trio Mikko Innanen / Cedric Piromalli / Stefan Pasborg. Pela sub-label Shhpuma serão editados dois novos registos: Susurrus de Oker; e Barbatrama de The Selva + Machinefabriek (improvisação do trio Ricardo Jacinto, Gonçalo Almeida e Nuno Morão combinada com pós-produção e electrónica de Rutger Zuydervelt). Os novos discos estarão disponíveis a partir de 19 de Abril.

Concertos regressam ao Espelho de Água em Maio

O espaço Espelho de Água, em Belém, Lisboa, vai voltar a acolher música ao vivo. O espaço promove um novo ciclo de concertos a partir de Maio, onde não irá faltar jazz. Os concertos terão sempre lugar aos sábados e domingos, sempre às 18h30: Cantigas de Maio de Bernardo Moreira (8 de maio), Diego El Gavi (dia 9), João Paulo Esteves da Silva & Cristina Branco (dia 15), Gonçalo Sousa Quarteto (dia 16), Bernardo Couto & Martin Sued (dia 22), João Paulo Esteves da Silva – solo (dia 23), Canções de Ilha Deserta de Marta Garrett & João Pedro Coelho (dia 29) e Cláudio Alves (dia 30). Os bilhetes estarão disponíveis no local ou através do email info@espacoespelhodeagua.com.

Orquestra de Jazz do Algarve convida “The Ladies”

A Orquestra Jazz do Algarve vai celebrar o Dia Internacional do Jazz com a apresentação de um novo espectáculo, OJA invites The Ladies, que conta com a participação de três cantoras: Maria Anadon, Clara Buser e Sara Miguel. Orquestra e cantoras irão apresentar este novo espectáculo ao vivo em três cidades algarvias: Faro (30 de abril, no Teatro das Figuras), Lagos (1 de maio, no Centro Cultural) e Albufeira (2 de maio, no Auditório Municipal).

VIC NIC: uma nova editora de Aveiro para o mundo

Acaba de nascer uma nova editora. A VIC NIC é um projecto editorial que tem por objectivo a edição musical de diferentes estéticas, em diferentes formatos, além da publicação de obras visuais e escritas. Na sua apresentação a editora promete “estimular a partilha, a experimentação e a co-criação, através da articulação entre a pesquisa, a produção e a difusão de formas únicas de ver o mundo”.

O projecto editorial está intimamente ligado à VIC // Aveiro Arts House: uma casa-museu, residência artística, guesthouse e centro-de-artes que, desde 2016, tem vindo a programar pequenos eventos e festivais, promover a conservação do património cultural e a desenvolver projectos comunitários de arte participativa.

A editora irá editar trabalhos de artistas de Portugal e do mundo e tem já planeados os primeiros lançamentos: como “número zero” será apresentado Zona Autónoma Improvisada de Hugo Branco (a 12 de Março, edição apenas digital); como primeira edição oficial chegará Transmissions from the Secret Cinema, Vol. 1 (a 30 de Abril, vinil e digital), uma compilação de artistas que já actuaram ao vivo na VIC // Aveiro Arts House; irão seguir-se álbuns de Santi Lesca, Skier and Yeti, Troll’s Toy e Probióticos (projecto electrónico de Filipe Fernandes e João Grilo), entre outros.

Entrevista: João Almeida


[Fotografia: Vera Marmelo]

João Almeida é um trompetista da nova geração e tem-se afirmado em diferentes contextos, desde o jazz até à improvisação livre, participando em inúmeros projectos e colaborações. No momento em que acaba de editar dois novos discos em duo, Ground Unit com Tiago Paiva e Miniatures com Pedro Massarrão , João Almeida fala sobre o seu percurso e sobre o seu trabalho.

Como começaste a tocar? Porque escolheste o trompete?
Comecei a tocar trompete numa banda filarmónica. Tinha entre 7 e 8 anos e a minha irmã mais velha estava a estudar piano na altura. Os meus pais acharam por bem que eu também aprendesse a tocar um instrumento. Inicialmente, queria aprender a tocar saxofone, mas não tive muito poder de escolha no assunto. Por já haver bastantes saxofonistas na banda, impingiram-me o trompete. A verdade é que depois de pegar no instrumento e começar a descobrir como produzir som, fiquei agarrado.

Quais foram as primeiras (e quem são actualmente) e as mais importantes influências no instrumento e na música que fazes?
Acho que os primeiros trompetistas que me inspiraram vêm do mundo da música erudita, por ter começado a estudar no conservatório. O primeiro nome que me vem à cabeça é o Reinhold Friedrich. Já nessa altura ouvia jazz, sendo que o primeiro músico de jazz que o meu pai me mostrou foi o Charles Mingus. Acho que nos discos que ouvi dele estava sempre o trompetista Jack Walrath (Talvez Changes One ou Changes Two). Entretanto, comecei a ouvir muito Miles Davis, Clifford Brown e Freddie Hubbard. Mas o trompetista de jazz que ouvi mais foi sem dúvida o Kenny Dorham, tanto nos discos em que é líder, como nos discos em que é “sideman” – especialmente a parceria com o Joe Henderson (In ‘n Out, Page One, Our Thing), o Point of Departure do Andrew Hill, o Vertigo do Jackie McLean e o Hard Driving Jazz do Cecil Taylor. Actualmente, no trompete tenho de apontar a Susana Santos Silva, Nate Wooley (tem um trio incrível chamado Icepick com o Chris Corsano e o Ingebrigt Håker Flaten), Peter Evans, Axel Dörner, Greg Kelley, o trompetista libanês Mazen Kerbaj, Franz Hautzinger e, mais recentemente, tenho descoberto novos nomes na música improvisada. O Brad Henkel e o Jacob Wick são dois trompetistas interessantes e têm um disco a duo na Relative Pitch Records que vale muito a pena ouvir! Para além de trompetistas, oiço muito a música do Craig Taborn, Tyshawn Sorey, Chris Speed (o trio especialmente!), Joe Morris (aquele álbum em quarteto lançado na Clean Feed é qualquer coisa!), Ken Vandermark, entre muitos outros. Continue reading “Entrevista: João Almeida”

Luís Figueiredo tem novo disco a solo


O pianista Luís Figueiredo acaba de editar um novo disco. À Deriva é o seu primeiro registo em solo absoluto, depois de ter editado já três discos em nome próprio (Manhã, Lado B e Kronos/Penélope), além de diversas parcerias, como duo Songbird, duo com Sofia Vitória, trio Círculo e trio This Was What Will Be, entre outros. O disco é editado pela Roda Music, um projecto editorial que nasceu da iniciativa de Figueiredo, Rita Maria e Mário Franco, e que conta já com quatro gravações publicadas. Este novo disco pode já ser encomendado e escutado online.

O pianista apresenta este seu novo trabalho: “A improvisação livre sempre ocupou um lugar extremamente importante em tudo o que faço musicalmente. A maioria das minhas composições brotou de momentos de improvisação livre (em casa, numa sala de concertos ou noutros lugares) e tenho incorporado esse elemento cada vez mais ao longo dos anos. Falo em «improvisação livre» para me referir ao tipo de improvisação que é tão despreparada quanto possível e que não conhece restrições de qualquer tipo. A improvisação a solo ao piano é o lugar onde me sinto mais perdido e ao mesmo tempo mais ligado a mim próprio e ao instrumento. Para mim, é também uma forma extrema de escuta, de entrega a esse nada e de aceitação do resultado desse processo. À semelhança de tantas expressões do léxico português, «à deriva» tem óbvias conotações marítimas. Não é por acaso que a certa altura este álbum se chamou “Lost at Sea”. Cada faixa é um exercício de procura de significado onde não existe um ponto de partida. O que se segue a esse nada inicial é uma viagem em direcção a esse significado. Espero sinceramente que o ouvinte encontre algum tipo de inspiração nessa viagem.”

Jazz da pandemia: produção nacional de 2020

[O Triunfo da Morte, Pieter Bruegel, o Velho]

A pandemia atacou ferozmente a cultura mas, apesar de tudo, a música continuou a florescer em registos gravados, particularmente nos terrenos do jazz e da música improvisada. Depois de um primeiro apanhado dos registos do ano, aqui fica mais uma seleção da colheita musical de 2020, para fechar definitivamente o ano. Continue reading “Jazz da pandemia: produção nacional de 2020”