Serralves dedica ciclo a David Behrman

Nos dias 27 e 28 de novembro, Serralves apresenta o ciclo Open Space: Focus on David Behrman, uma homenagem ao compositor pioneiro da música electrónica. O ciclo apresenta ao longo dos dois dias um conjunto de concertos, filmes e ainda uma conversa. Os concertos terão a participação do próprio David Behrman, de Okkyung Lee e do ensemble ars ad hoc.

A maioria das composições de Behrman envolvem estruturas flexíveis e a utilização da tecnologia de formas particulares. Assentam numa interação em tempo real entre sistemas eletrónicos e os músicos. Conta David Behrman: “Sempre quis fazer obras que têm uma personalidade, que se mantêm distintivas e reconhecíveis, mas que estão abertas a mudanças surpreendentes que podem surgir quando são tocadas ao vivo ou exibidas. Gosto da ideia de ser um desenhador de situações e não de peças fixas.” Aqui fica o programa completo do ciclo.

Sábado, 27 Nov:

16:00 – Filmes: Meringue Diplomacy de Terri Hanlon, Cascade de Robert Watts, Cloud Music (Documentation Excerpt) de Robert Watts/David Behrman/Bob Diamond

17:30 – Concerto: David Behrman e o ensemble ars ad hoc apresentam: View FinderFigure in a Clearing e On the Other Ocean, de David Behrman

Domingo, 28 Nov:

16:00 – Conversa: David Behrman e Terri Hanlon, com moderação de Isilda Sanches

17:30 – Concerto: David Behrman e o ensemble ars ad hoc apresentam Open Space, de David Behrman

18:00 – Concerto: Okkyung Lee e David Behrman – Elementos surgidos do decorrer das performances que realizaram juntos no passado.

Rodrigo Brandão apresenta LX LIVRE

Rodrigo Brandão, artista brasileiro de spoken word, vai apresentar o evento LX LIVRE em Lisboa. O evento realiza-se entre os dias 2 e 5 de dezembro, entre a Fábrica do Pão (Casa do Capitão) e o Musicbox. Brandão vai reunir 13 músicos de jazz, portugueses e brasileiros, num processo de gravação de um disco que poderá ser acompanhado pelo público. Neste processo Rodrigo Brandão estará acompanhado por músicos como Rodrigo Amado, Luís Vicente, Hernâni Faustino e Pedro Melo Alves. Após três dias de gravação na Fábrica do Pão (2, 3 e 4 de dezembro, das 18h30 às 21h30), os músicos irão fazer uma apresentação ao vivo no Musicbox (5 de dezembro, das 17h às 21h). Os bilhetes para as sessões na Fábrica do Pão têm o custo de 5€ por dia; também pode ser adquirido um bilhete para os três dias por 10€; para o Musicbox, os bilhetes têm o custo de 6€.

Editora Roda lança dois novos álbuns

A editora Roda, que realizou recentemente o seu primeiro festival, lança agora dois novos álbuns: Faro-Oeste de Luís Cunha e Math Trio de João Mortágua. Faro-Oeste apresenta um conjunto de temas originais do trompetista Luís Cunha, interpretado por um quinteto com Nuno Costa, Óscar Graça, André Rosinha e André Sousa Machado. Math Trio é um novo projecto do saxofonista João Mortágua, acompanhado por Diogo Dinis e Pedro Vasconcelos.

A editora, fundada por Rita Maria, Luís Figueiredo e Mário Franco, apresenta-se: “A nossa missão é oferecer uma mostra de artistas de jazz e música contemporânea que sentimos representar a música de hoje no panorama cultural e criativo de Portugal. Cada artista que acolhemos tem uma perspectiva única em como quer contribuir como criador da paisagem sonora e intervenção artística, a Roda privilegia essa visão. Procuramos reunir variedade e unidade ao mesmo tempo preservando a riqueza dos idiomas dos quais a música é moldada.”

Estas duas novas edições juntam-se aos já publicados Círculo (Rita Maria, Luís Figueiredo e Mário Franco), The Art of Song Vol. 1 – When Baroque Meets Jazz (Rita Maria & Filipe Raposo), Pranava (Lara Lima & Luís Figueiredo), À Deriva (Luís Figueiredo solo) e Kintsugi (João Mortágua & Luís Figueiredo). O catálogo completo da editora Roda está disponível no Spotify.

Livro: You are beautiful and you are alone

Jennifer Otter Bickerdike
You are beautiful and you are alone – The biography of Nico
(Faber, 2021)

A cantora Nico tem o seu nome gravado na história da música do século XX, particularmente pela ligação aos Velvet Underground. Contudo, a sua figura continua envolta em mistério. A cantora alemã desenvolveu uma interessante carreira a solo, gravando vários discos de música original, além de diversas participações em filmes. E o seu percurso artístico foi sempre ensombrado pela sua vida pessoal, marcada por ligações românticas e um caminho tortuoso marcado pela dependência de drogas.

Nesta biografia You are beautiful and you are alone, assinada por Jennifer Otter Bickerdike, a autora trata de transmitir quem foi realmente a cantora, desconstruindo mitos, transmitindo factos, tentando chegar à verdade através de um apurado trabalho de investigação, cruzando relatos e entrevistas com pessoas que conviveram com a cantora. Bickerdike trata de seguir a linha cronológica, acompanhando cada situação com declarações de pessoas envolvidas em cada um dos momentos.

Christa Päffgen nasceu em 1938 em Colónia e cresceu em Berlim. Após uma infância difícil, foi descoberta e embarcou numa carreira como modelo, que a fez sair da Alemanha. Viajou por Paris e Nova Iorque e adotou o pseudónimo “Nico”. Pelo meio estudou interpretação e foi acumulando pequenas participações em filmes, incluindo no clássico La Dolce Vita de Federico Fellini.

Tendo estabelecido ligações ao meio musical, iniciou o seu percurso discográfico em 1965 com o single I’m not sayin (composição de Gordon Lightfoot, com um tema original de Andrew Loog Oldham e Jimmy Page como lado B). Depois, por sugestão de Andy Warhol, juntou-se aos Velvet Underground, gravando o disco de estreia The Velvet Undergound & Nico (1967), dando voz aos temas “Femme Fatale”, “All Tomorrow’s Parties” e “I’ll Be Your Mirror”. O álbum tornou-se um marco universal e a voz gélida da alemã, a que se juntava um estranho sotaque, tornou-se conhecida globalmente.

Em paralelo, teve relações amorosas com grandes figuras do mundo da música, como Bob Dylan (que lhe escreveu a música “I’ll Keep It With Mine”), Jim Morrison (que a incentivou a compor a sua própria música), Brian Jones, Leonard Cohen, Tim Buckley e Iggy Pop, entre outros. Teve ainda uma breve ligação com Alan Delon, de quem engravidou e teve um filho, chamado Ari, que Delon nunca reconheceu – o que resultou numa enorme mágoa para a cantora, até ao fim da sua vida.

Após a ligação aos Velvets, editou o seu primeiro álbum em nome próprio, Chelsea Girl (1967). Seguindo o conselho de Morrison, Nico aprendeu a tocar um instrumento (o harmónio) e começou a compor temas originais. Com estas premissas, em 1970 editou The Marble Index, a sua verdadeira estreia musical, com música completamente original, onde teve o apoio do ex-colega John Cale na produção (que continuaria a produzir os álbuns seguintes da cantora). O disco seguinte, Desertshore (1970), que talvez seja o pináculo criativo, inclui canções memoráveis como “Mütterlein”, “Janitor of Lunacy” ou “Afraid” (uma das mais belas, onde a autora da biografia foi buscar a frase para o título: “you are beautiful and you are alone”). Seguiu-se The End (1973), que incluiu uma revisitação do famoso tema dos The Doors.

Pelo meio, desenvolveu uma ligação com o realizador francês Philippe Garrel e, de 1970 até 1979, participou em sete filmes. Após um longo interregno discográfico, voltou a gravar na década de ’80: Drama of Exile (1981, publicado em duas edições diferentes, por conflito com o produtor) e Camera Obscura (1985). Viveu esta fase final da vida em Manchester, onde fez ligações com a cena musical local e, na fase final da sua vida, conseguiu deixar a heroína. Morreu aos 49 anos, em Ibiza, com uma hemorragia cerebral.

Esta biografia, editada em Julho de 2021, disponível apenas em inglês, é um trabalho completíssimo (400 páginas + 100 páginas de notas) que inclui excertos de mais de 100 entrevistas inéditas e não trata apenas de referir e enumerar situações e momentos, do percurso e da vida pessoal, como os contextualiza e os faz acompanhar por testemunhos daqueles que a acompanharam. A leitura, fácil e interessante, resulta num retrato surpreendentemente completo.

Este novo livro permite repensar e reavaliar a dimensão de Nico. Uma mulher com uma visão artística muito especial que, apesar de todas as dificuldades, conseguiu construir um legado artístico notável, entre o cinema e a música – que começou na folk mas evoluiu para uma música experimental originalíssima. Esta obra obriga-nos a olhar com atenção para esta mulher – nascida Christa Päffgen, imortalizada Nico – que foi um fenómeno.


Em complemento ao livro, aqui fica uma playlist Spotify, que pode funcionar como apresentação da obra musical de Nico.

Brandon Lopez a solo no Penha sco

O contrabaixista nova-iorquino Brandon Lopez vai apresentar-se ao vivo em Lisboa, no Penha sco, integrado no ciclo de concertos promovido pela editora Robalo. Contrabaixista, compositor e improvisador, Lopez desenvolvido um percurso entre o jazz e a improvisação livre, trabalhando com músicos como John Zorn, Okkyung Lee, Ingrid Laubrock, Tony Malaby, Tyshawn Sorey, Chris Potter, Sun Ra Arkestra, Susan Alcorn ou Mette Rasmussen. Lopez apresenta-se em concerto a solo no dia 17 de Novembro, às 19h30, e promove uma masterclass no dia seguinte, quinta 18, às 15h00. O Penha sco fica situado na Penha de França, na Rua Neves Ferreira 10-B, em Lisboa. Os bilhetes, para o concerto ou para a masterclass, tem o preço de 5€ (reservas através do email info@robalomusic.com).

The Rite of Trio apresentam novo disco em Lisboa e no Porto

A banda The Rite of Trio acaba de editar o seu segundo disco, Free Development of Delirium. Depois da supresa que foi a sua estreia com Getting All the Evil of the Piston Collar! (Carimbo Porta-Jazz, 2015), surpresa que depois confirmada pelas suas actuações ao vivo, o trio de André B. Silva, Filipe Louro e Pedro Melo Alves apresenta agora o seu segundo registo, na prestigiada editora Clean Feed, que está a celebrar os seus 20 anos de actividade neste 2021. Com este novo álbum na bagagem, o trio apresenta-se ao vivo para dois concertos, no Porto e em Lisboa. No dia 11 de Novembro, às 22h00, os The Rite of Trio apresentam-se no Passos Manuel, no Porto; no dia 12 de Novembro, às 19h00, actuam no auditório do Liceu Camões, em Lisboa, num concerto em parceria com a Antena 2.

GUME e Marcelo dos Reis ao vivo na ZDB

Esta quinta-feira, dia 4 de Novembro, a Galeria ZDB acolhe uma dose dupla de concertos, com GUME e Marcelo dos Reis. Os GUME, que editaram em 2017 o seu registo de estreia Pedra Papel, juntam em palco Yaw Tembe (trompete e voz), Sebastião Bergmann (bateria), André David (guitarra), Pedro Monteiro (contrabaixo) e David Menezes (percussão). Na mesma noite actua também Marcelo dos Reis, guitarrista e improvisador, que vai apresentar ao vivo o seu novo disco, Glaciar, editado em Junho deste ano na nova editora Miria Records. Entre o jazz afro-futurista dos GUME e a exploração de guitarra a solo de Marcelo dos Reis, antevê-se uma noite assente na improvisação. O início está marcado para as 22h00 e os bilhetes têm o preço de 8€.

Hot Clube acolhe ciclo de “jazz no feminino”

Clara Lacerda, Romeu Tristão e Marta Garrett

O Hot Clube de Portugal, em Lisboa, vai acolher em Novembro a segunda edição do ciclo “RESPECT – Uma homenagem ao Jazz no Feminino”. Com programação de Joana Machado, este ciclo apresenta atuações de projectos originais de cantoras e instrumentistas contemporâneas portuguesas (Inóspita, À Espera do Futuro, Canto das Sereias e Gingko) e revisões/homenagens de obras de mulheres compositoras (Mary Lou Williams, Alice Coltrane, Jeanne Lee e Betty Carter). Aqui fica a programação completa do ciclo.

5 Nov. | A música de Mary Lou Williams
(João Pedro Coelho, Gonçalo Naia e André Sousa Machado )

6 Nov. | Inóspita
(Inês Matos)

12 Nov. | Alice, Coltrane é mulher
(Margarida Campelo, João Hasselberg e João Pereira)

13 Nov. | À Espera do Futuro
(Beatriz Nunes, Paula Sousa e André Rosinha)

19 Nov. | For Jeanne Lee
(Leonor Arnaut, Yaw Tembe e Helena Espvall)

20 Nov. | Canto das Sereias
(Joana Alhau, Teresinha Sarmento, Yudit Almeida, Catarina Rodrigues e Gonçalo Ribeiro )

26 Nov. | A música de Betty Carter
(Marta Garrett, Clara Lacerda e Romeu Tristão)

27 Nov. | Nazaré da Silva Gingko
(Nazaré da Silva, João Almeida, Bernardo Tinoco, Zé Almeida e Samuel Dias)

Ben Monder Trio vai à Penha

O trio de Ben Monder vai actuar no espaço cultural Penha sco, na Penha de França em Lisboa. Numa iniciativa promovida pela Robalo, o grupo que junta Ben Monder (guitarra), Tony Malaby (saxofone) e Tom Rainey (bateria) vai apresentar-se ao vivo no dia 14 de novembro, domingo. O trio irá actuar em duas sessões, às 17h00 e às 19h00. Os bilhetes têm o preço de 10€; com desconto, 7€, para estudantes e profissionais de música. O Penha sco fica localizado na Rua Neves Ferreira 10-A, em Lisboa, e os bilhetes podem ser reservados através do email info@robalomusic.com.

Jazz regressa à Marinha Grande

Mano a Mano (Fotografia: Joana Linda)

A 7.ª edição do Festival de Jazz da Marinha Grande realiza-se entre os dias 5 e 13 de Novembro. O programa inclui actuações de quatro projectos: no dia 5 actua o projecto LAB de Ricardo Pinheiro e Miguel Amado; no dia 6 toca o trio de Paulo Bandeira (com João Paulo Esteves da Silva e Bernardo Moreira); no dia 12 actua a dupla Mano a Mano, de André e Bruno Santos; e o festival fecha com o quinteto de Ricardo Formoso, a interpretar o disco Implosão. Todos os concertos terão lugar na Casa da Cultura – Teatro Stephens, na Marinha Grande.