Solilóquios regressa em dose tripla

Depois de uma longa pausa, o ciclo Solilóquios está de volta, agora com três concertos a solo, em três fins de semana seguidos, para assinalar três anos de actividade. No dia 19 de Janeiro actua o contrabaixista norte-americano Larry Grenadier; segue-se baterista português Jorge Queijo no dia 26 de Janeiro; e a 1 de Fevereiro actua o trompetista norueguês Arve Henriksen. Os concertos têm lugar na Rua das Carmelitas 100, no Porto (junto aos Clérigos). Os bilhetes para os concertos de Larry Grenadier e Arve Henriksen custam 15 euros, os bilhetes para Jorge Queijo custam 10€.

Mano a Mano ao vivo no CCB

O projeto Mano a Mano, dos irmãos guitarristas André e Bruno Santos, vai apresentar-se ao vivo no Centro Cultural de Belém no dia 25 de Janeiro. A dupla leva na bagagem o disco Vol. 3, editado no ano passado, e juntará em palco músicos convidados: a cantora Rita Redshoes e ensemble de cordofones madeirenses composto por Roberto Moritz, Graciano Caldeira e Gustavo Paixão. O concerto terá lugar no Pequeno Auditório do CCB e os bilhetes estão à venda no CCB e Ticketline.

TextuAlive: diálogo improvisado entre música e palavras

Vai nascer um projecto musical original, um grupo que junta a improvisação livre com a escrita de texto em tempo real. O trio TextuAlive reúne Hernâni Faustino (contrabaixo), Miguel Mira (violoncelo) e Margarida Azevedo (texto). Margarida Azevedo é autora do site Dizsonâncias; Hernâni Faustino integra os grupos RED Trio, Staub Quartet, Volúpias, Nau Quartet, Hamar Trio e Uivo Zebra, entre outros; e Miguel Mira colabora nos projectos Rodrigo Amado Motion Trio, Staub Quartet, Toscano/Pinheiro/Mira/Ferrandini, Variable Geometry Orchestra, Mitzlaff/Mira, IKB, entre outros. O trio irá trabalhar numa residência artística promovida pelo OSSO Associação Cultural, de 23 a 25 Janeiro, e irá apresentar-se ao vivo no dia 25 de Janeiro, às 17h30, no Open Day OSSO em São Gregório, Caldas da Rainha.

O novo projecto apresenta-se: “TextuAlive nasceu da vontade de transpor para performance ao vivo a rubrica “Quem escreve um solo acrescenta-lhe um conto” do projeto (Diz)Sonâncias. Foi uma gravidez longa e desejada. Um parto longo mas sem dor. Sem pedido de epidural e sentido ao segundo com momentos de respiração profunda e uma força tão necessária ao nascimento de qualquer projeto. O trio, composto por Hernâni Faustino (que tão bem sente e dá vida ao contrabaixo), Miguel Mira (que traz com ele o violoncelo e deixa no ressoar das cordas tanto por contar) e Margarida Azevedo (que dedilha teclados que projetam palavras numa tela). O desafio foi lançado por ela. A vontade de tornar o (Diz)Sonâncias a verdadeira sinergia entre sons e palavras fez com que mergulhasse de cabeça num poço sem fundo de possibilidades e esforços conjuntos. O primeiro conto nasceu exatamente de um solo do Hernâni e foi nesse momento que percebeu que escrever num trio em plena improvisação era o próximo passo. Um trabalho de improvisação pura. Em que o público irá viajar entre sons e letras. Textualizar no improviso. Improvisar sons, palavras, rumos e histórias. Se há momento em que o coração vai estar nos dedos de nós os três, esse momento será o da exata partilha com o público. O resultado? Fica a promessa de originalidade, criatividade e acima de tudo uma viagem que não terá como início “Era uma vez…”.”

10º Festival Porta-Jazz: primeiras confirmações


[Fotografia: Vera Marmelo]

Vem aí a 10ª edição do Festival Porta-Jazz, que se realiza nos dias 7, 8 e 9 de Fevereiro. Acabam de ser anunciadas as primeiras confirmações do programa: Peter Evans com a Orquestra Jazz de Matosinhos, Impermanence de Susana Santos Silva, HVIT e Pulse!. O festival portuense vai ter como palcos seis espaços do Rivoli: Grande Auditório, Pequeno Auditório, Sub Palco, Palco GA, Foyer e Café-Rivoli. A programação completa será anunciada em breve.

Aqui fica o texto de apresentação do festival: “Promovido pela Associação Porta-Jazz, que ao longo de 10 anos tem primado por uma programação possante e ininterrupta, este Festival é o reflexo de um movimento maior que é esta plataforma de incentivo à criação e divulgação do Jazz. Realizando mais de 100 concertos por ano, dentro e fora de portas, a Associação Porta-Jazz é ainda responsável pela edição de mais de 50 discos, mas também por tornar sustentável uma comunidade artística, alimentando a cultura da cidade e do país. Referência internacional reconhecida pela qualidade dos projectos que apoia, é um ponto de passagem obrigatório para músicos de renome internacional e referência criativa para muitas instituições, um local de convergência da comunidade nacional e internacional crucial na definição do que é o jazz hoje em Portugal. Há 10 anos a democratizar o acesso ao Jazz criando novos públicos e massa critica, o Festival Porta-Jazz proporciona parcerias e intercâmbios entre músicos portugueses e músicos internacionais originando momentos inéditos.”

Daniel Bernardes apresenta a sua liturgia dos pássaros

Pianista e compositor, Daniel Bernardes acaba de editar o disco Liturgy of the Birds. Neste seu segundo disco na condição de líder Bernades conta com a companhia de António Augusto Aguiar no contrabaixo e o Mário Costa na bateria, além do apoio do Drumming GP. Publicado pela editora Clean Feed, este álbum apresenta uma música original que se inspira e homenageia Olivier Messiaen e que será apresentada ao vivo no dia 23 de Janeiro no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Numa pequena conversa, Daniel Bernardes apresenta a sua liturgia dos pássaros.  Continue reading “Daniel Bernardes apresenta a sua liturgia dos pássaros”

El Intruso: 12th Annual Critics Poll

Fui convidado a participar na votação anual do site El Intruso, que reúne as escolhas de mais de 50 críticos de jazz e música improvisada de diversos países.  Estas foram as minhas escolhas:

Músico: Nubya Garcia
Músico Revelación: Gabriel Ferrandini
Grupo: Nérija
Grupo Revelación: Gabriel Ferrandini’s Volúpias
Álbum: Nérija – Blume (Domino)
Compositor: Avram Fefer
Batería: Gabriel Ferrandini
Contrabajo: Carlos Bica
Guitarra: José Dias
Piano: Eve Risser
Saxo Tenor: Rodrigo Amado
Saxo Alto: Ricardo Toscano
Trompeta / Corneta: Jaimie Branch
Sello Discográfico: Clean Feed Records

Votações completas no site El Intruso:
elintruso.com/2020/01/06/encuesta-2019-periodistas-internacionales/

A incerteza do trio certo apresenta-se

À partida o nome é curioso: A incerteza do trio certo. Este trio junta o guitarrista AP (António Pedro Neves), com o contrabaixista Diogo Dinis e o baterista Miguel Sampaio. O trio editou o seu disco de estreia através do Carimbo Porta-Jazz e vai apresentar-se ao vivo em Coimbra, no Salão Brazil, no dia 25 de Janeiro. Numa pequena entrevista, A incerteza do trio certo, pela voz de AP, apresenta-se.

Como surgiu este trio? Porquê a escolha destes músicos?
Este trio surgiu como resultado da minha vontade de explorar a composição e a improvisação neste formato. É uma formação que sempre gostei e que me permitiu olhar a composição e a improvisação de uma perspetiva diferente. O facto de a guitarra ser o instrumento “solista” a maior parte das vezes nesta formação foi também um desafio para mim como improvisador. Escolhi o Miguel e o Diogo porque ao longo das sessões que fomos fazendo percebemos que gostávamos de tocar os três. Eles identificaram-se com os temas e contribuíram de forma decisiva para a composição e concepção deles.

Porque escolheram este nome, A incerteza do trio certo?
Escolhemos o nome porque partimos sem grandes expectativas, sem grandes certezas do que ia acontecer, sem pretensões. Sabíamos que gostávamos de tocar os três e queríamos experimentar coisas… nada muito certo com certeza. Continue reading “A incerteza do trio certo apresenta-se”

João Mortágua apresenta “Dentro da Janela”

[Fotografia: Márcia Lessa]

João Mortágua é um versátil saxofonista e compositor que tem marcado a cena jazz nacional desde que se estreou como líder, com o disco Janela (Porta-Jazz, 2014). Numa pequena entrevista, o saxofonista e compositor fala sobre o seu último disco, Dentro da Janela (editado em Março deste ano) e os projectos em que se encontro envolvido.

Em 2014 editaste a primeiro disco do projecto Janela, gravado em quarteto. Agora para esta nova Janela transformaste o grupo em quinteto, com a adição de um saxofone. Porquê esta mudança? Sentes que há uma clara evolução entre este disco e o anterior? 
O quinteto Dentro da Janela surgiu como uma evolução natural do original quarteto, aliado à transformação do conceito por detrás da música (escrita e improvisada). A nova Janela abandonou em parte a ideia de canção, em busca de algo mais próximo da narrativa, partindo bem mais da variedade rítmica e do contraponto; nesse sentido, revelou-se pertinente e “necessária” a introdução de um novo instrumento melódico, que devido ao meu apreço pela combinação de dois saxofones, acabou por ser o tenor do Zé Pedro Coelho, que é um músico que há muito admiro.

O que diferencia o Janela dos teus outros grupos como líder (Mirrors e Axes)?
Ao contrário de Axes, em que decidi explorar de forma concreta a textura acústica de quatro saxofones e duas baterias (embora com pontuais processamentos eletrónicos), há em Janela a firmada presença da guitarra com efeitos, ao peculiar jeito de Miguel Moreira. Por outro lado, as ideias musicais baseiam-se frequentemente em riffs de baixo e bateria que se vão transmutando ao longo dos solos, estando bem presente essa procura de diferentes caminhos, um pouco ao jeito da música progressiva; há ainda uma notória variedade nesses ritmos e ambientes. Nesse sentido, e até pela própria formação, há algumas semelhanças com a música de Mirrors, embora nesse grupo explore mais as vertentes do stoner rock e do space pop.

Durante o processo de composição para este disco quais foram os elementos que mais valorizaste?
Dei primazia à narrativa, isto é, à sequência das partes, bem como ao contraponto rítmico, para além de tentar mais que nunca extrair de cada elemento do grupo as suas melhores caraterísticas.

Começaste recentemente a explorar um projecto a solo, chamado Holi, onde exploras saxofones e electrónicas. Como se encontra este projecto? Planeias fazer mais apresentações ao vivo e gravar?
Holi é um projeto no qual estou muito empenhado, e com o qual quero definitivamente ir mais longe. Estou em fase de busca e experimentação, mas é certo que em 2020 haverá novas apresentações e, quem sabe, a seu tempo, uma gravação, provavelmente em vídeo.

Além destes, em que outros projectos estás actualmente envolvido ou tens planos para os próximos tempos?
De momento, estou também a desenvolver dois duos, Kintsugi (com Luís Figueiredo) e Steu (com Diogo Alexandre). O trio Bica/Santos/Mortágua continua em atividade e verá este ano o seu álbum editado. Serão também lançados os álbuns do trio de Filipe Teixeira, dos quartetos de Hugo Raro e de Alexandre Coelho, e dos quintetos de Paulo Santo e de Gonçalo Moreira, bem como o segundo álbum dos Centauri de André Fernandes e o álbum de estreia dos Racing Mackerels de Nuno Ferreira. Tenho também tocado com Men-Tor de Nelson Cascais, que é um tributo ao saudoso Jorge Reis. Além disso, serão editados os álbuns de estreia dos meus novos grupos Mazam (com Carlos Azevedo, Miguel Ângelo e Mário Costa) e Math Trio (com Diogo Dinis e Pedro Vasconcelos), bem como o esperado segundo álbum de Axes.