O baterista João Lencastre levou à SMUP o seu sexteto que homenageia Ornette Coleman, Herbie Nichols e Thelonious Monk. Juntaram-se em palco João Lencastre, João Lopes Pereira, Nélson Cascais, João Bernardo, Ricardo Toscano e Pedro Branco. Na Parede houve fogo.
Cheval de Frise “Cheval de Frise” (Computer Students, reedição 2022)
“O cavalo de frisa é um tipo de obstáculo defensivo, de origem medieval, que consiste numa estrutura portátil coberto por diversos espigões longos de ferro ou de madeira. Por vezes, os espigões eram substituídos por lanças.” É esta a explicação avançada pela generosa Wikipedia para o nome da banda francesa constituída por Thomas Bonvalet (guitarra) e Vincent Beysselance (bateria). A banda de Bordéus surgiu em 1998, editou dois discos e encerrou atividade em 2005.
Agora, a dupla volta a dar sinais de vida pela reedição do seu disco de estreia, homónimo, através label nova-iorquina Computer Students (um álbum originalmente editado no ano 2000). Desde logo, esta reedição destaca-se pela originalidade dos formatos físicos: cassete e um luxuoso duplo vinil embrulhado numa bolsa de alumínio. A música dos Cheval de Frise enquadra-se naquilo que é geralmente designado de “math rock”, uma música instrumental marcada por melodias angulares, originalidade rítmica e quebras de tempo.
Se esta música teve o seu período áureo em paralelo com o pós-rock, entre a segunda metade dos anos ’90 e o início do século XX, atualmente continua a soar interessante. A guitarra de Thomas Bonvalet e a bateria de Vincent Beysselance unem-se para criar um universo sonoro peculiar, com padrões que nos envolvem, mas que vão sendo depois desconstruídos. Esta é uma música que não ficou cristalizada no tempo: em 2022 continua a seduzir e está sempre a surpreender os nossos ouvidos. Em boa hora nos chega esta reedição, para ser recordada os ouvintes originais e para poder chegar a novos ouvintes.
Bernardo Tinoco & Tom Maciel “NoMad Nenúfar” (Clean Feed, 2022)
O saxofonista Bernardo Tinoco e o pianista Tom Maciel propuseram-se a sair das suas zonas de conforto. Convidaram ainda o baterista João Lopes Pereira, que participa em alguns temas. Nesta nova edição da Clean Feed, o duo (às vezes transformado em trio) revela uma música profundamente original.
O sexteto Lantana acaba de editar o seu disco de estreia, “Elemental”; o saxofonista Rodrigo Amado acaba de editar o seu disco de estreia a solo, “Refraction Solo”. O Teatro do Bairro Alto, em Lisboa, juntou-os numa sessão dupla, no dia 5 de novembro.
Inês Malheiro “Liquify, Spread and Float” (Carimbo Porta-Jazz)
Da oitava edição do Projeto Guimarães Jazz / Porta-Jazz resulta uma exploração sonora aventureira, liderada por Inês Malheiro. Uma pérola atípica no catálogo do Carimbo.
A saxofonista Camilla George nasceu na Nigéria, mas tem sido a partir de Londres que tem conquistado o mundo. Em 2014 fundou o seu quarteto e desde então editou dois discos: “Isang” (2016) e “The People Could Fly” (2018). Para breve está prometido um novo álbum, “Ibio-Ibio”, dedicado à tribo nigeriana Ibibio – com data prevista de saída no final de setembro. A saxofonista e compositora fala-nos sobre o seu percurso e o seu trabalho.
O jovem pianista Vasco Pimentel acaba de editar o seu disco de estreia, “Walkabout”, através da editora norte-americana Odradek Records. Gravado em trio com Rodrigo Correia (contrabaixo) e Diogo Alexandre (bateria), o álbum é um interessante cartão de visita de um músico que é herdeiro de uma longa linhagem artística. A jazz.pt esteve à conversa com o pianista Vasco Pimentel. (…)