Entrevista: Círculo

[Fotografia: Márcia Lessa]

Círculo é um novo grupo que reúne três figuras da cena jazz portuguesa: a cantora Rita Maria, o pianista Luís Figueiredo e o contrabaixista Mário Franco. O trio acaba de editar o seu disco de estreia: para já a música está disponível na página Bandcamp e em várias plataformas online, no próximo ano terá edição física em vinil. O Círculo de Rita, Luís e Mário apresenta uma música original, com composições próprias trabalhadas de forma criativa, e desafia os convencionais papéis reservados a cada instrumento. Os três músicos intervêm de forma equilibrada e democrática. A música do Círculo é editada através de um novo projecto, a editora RODA Music, que resulta também de uma iniciativa comum. Numa conversa descontraída, Rita Maria, Luís Figueiredo e Mário Franco apresentam este novo projecto.

Como nasceu este grupo?

Rita Maria: O projecto nasceu em Guimarães. Em 2015 fui convidada a fazer um concerto no Cineclube de Guimarães e convidei o Luís e o Mário. Nessa altura, o que fizemos foi um concerto com temas dos três. Não nos passou pela cabeça fazer temas que não fossem nossos. Ainda não tínhamos pensado em constituir-nos como banda, mas foi muito espontâneo e depois disso não restou qualquer dúvida.

E como chegaram à escolha das composições?

Mário Franco: Cada um de nós avançou com os temas que achámos que melhor encaixavam neste grupo e fomos seleccionando. Lembro-me de falarmos ao telefone sobre o tipo de material que poderíamos utilizar… Como a Rita disse, desde logo não havia dúvida de que seriam originais. Eu tinha mais ou menos uma ideia daquilo que queria propor.

Como foi a evolução entre os concertos que foram dando?

Luís Figueiredo: Houve esse primeiro momento que foi o concerto em Guimarães, depois durante dois anos não se passou grande coisa. Em 2017 houve a possibilidade de tocarmos numa data no QuebraJazz, em Coimbra, que não tinha piano. Como em Guimarães tínhamos feito uma coisa sem piano, só teclados, contrabaixo e voz, pareceu-nos o momento certo para apresentar o projecto, que tinha as características certas. Como já tinha havido esse primeiro concerto, havia uma ideia do tipo de som que os três podíamos produzir e daquilo que nos tinha agradado mais nesse encontro e que valia a pena explorar. Fizemos uma selecção, aproveitámos algumas coisas e juntámos outras novas. Nunca deixámos de ir acrescentando coisas. No ano seguinte [2018], voltámos a tocar no QuebraJazz e tocámos também no EstarreJazz. Foi sempre um projecto que andou nas nossas cabeças ao longo deste tempo todo. (…)

Entrevista completa no site Jazz.pt:
https://jazz.pt/entrevista/2019/11/18/um-campo-muito-aberto/