Eixo do Jazz promove workshops para músicos

O Eixo do Jazz, Associação Luso-Galaica para Promoção do Jazz, vai promover um ciclo de workshops destinados a músicos, produtores, técnicos e outros profissionais ligados à música. Estas oficinas têm o objectivo de promover a formação em áreas complementares para o exercício da profissão.

Os workshops irão realiza-se aos domingos à tarde, sendo complementados com momentos musicais, criando sinergias e momentos de descontração entre os participantes. O primeiro workshop, com o título “Saúde/Fisioterapia: Prevenção de Lesões do Músico”, realiza-se no dia 11 de Março, às 18h00, orientado por Paulo Hadyk.  As inscrições deverão ser feitas através do email oeixodojazz@gmail.com.

Estão ainda previstas as seguintes oficinas:
– Crowdfunding e Patrocínio de Projectos Culturais – Suzana Costa (SFC Advogados)
– Agenciamento Musical – Olga Neves Carneiro (ONC)
– Contabilidade e Impostos – Amadeu Portilha (Seaga)
– Produção e Itinerância – Cristiana Morais (Produtora Cultural)
– Direito do trabalho – (A nomear)
– Direitos de Autor – (A nomear)
– Imagem e Comunicação – (A nomear)

Clocks and Clouds na SMUP

O quarteto Clocks & Clouds vai actuar na SMUP, na Parede, na próxima sexta-feira, dia 9 de Março. O grupo junta Luís Vicente (trompete), Rodrigo Pinheiro (piano), Hernâni Faustino (contrabaixo) e Marco Franco (bateria), numa espécie de equipa “all-star” da improvisação nacional. O quarteto editou o seu disco de estreia, homónimo, pela editora inglesa FMR Recordings em 2014, e está agora de regresso para uma rara apresentação ao vivo. O concerto tem início marcado para as 22h00 e os bilhetes custam 5€ (4€ para sócios SMUP).

3 discos? A escolha de Rodrigo Amado

[Fotografia: André Cepeda]

Rodrigo Amado é um saxofonista português com uma sólida carreira internacional, ao leme dos grupos Motion Trio (com Miguel Mira e Gabriel Ferrandini), Northern Liberties e Wire Quartet, entre outros projectos, parcerias e colaborações. Com o quarteto This Is Our Language (com Joe McPhee, Kent Kessler e Chris Corsano) prepara-se para lançar um novo disco, “A History of Nothing”, numa edição da austríaca Trost Records. 3 discos? Estas são as suas escolhas.

“Para esta escolha, optei por três reedições relativamente recentes que me têm dado a volta à cabeça. Três discos gigantes que saem do universo infinito da música ainda por descobrir. Qualquer um destes discos ensina-nos que é possível criar música que não só sobrevive, e bem, à passagem do tempo, como cresce de forma contínua em actualidade e relevância. Numa primeira escolha, um pouco mais alargada, estavam também “European Radio Studio Recordings” do quarteto de Albert Ayler (Hatology), “New York Concerts” de Jimmy Giuffre, em trio e quarteto (Elemental), “Flight For Four” do quarteto de John Carter e Bobby Bradford (International Phonograph), e o surpreendente “There’ll Be No Tears Tonight” de Eugene Chadbourne (Corbett vs Dempsey).”

 


Jimmy Giuffre 3 with Paul Bley and Steve Swallow
“Bremen & Stuttgart, 1961”

(Emanem, 2016)

“Verdadeiro tratado na arte da composição em tempo real, este foi um disco essencial à minha compreensão da música de Giuffre. As improvisações são incisivas, de uma concentração e contenção estonteantes, e reinventam-se a cada nova audição. O Giuffre, tal como o Cecil Taylor ou o Anthony Braxton, é um daqueles músicos que só agora sinto ter verdadeiramente a capacidade para compreender.”

 


Joe McPhee
“Nation Time – The Complete Recordings”

(Corbett vs Dempsey, 2013)

“A minha relação com a música do Joe é, compreensivelmente, especial, e quanto melhor o conheço mais vontade tenho de mergulhar na discografia dele, que é imensa. Esta reedição do clássico “Nation Time”, revisto e aumentado, veio dar-me a oportunidade de viajar no tempo com um improvisador que considero único e puro como poucos. Inspiração absoluta para projectos futuros.”

 


Sonny Rollins Trio

“Live In Europe 1959 – Complete Recordings”
(Essential Jazz Classics, 2016)

“Esta é, desde há algum tempo, a minha edição preferida do Sonny Rollins. Tornou-se para mim, não só uma referência em termos daquilo a que pode soar um saxofone tenor, mas também uma lição sobre a criatividade no pensamento musical dele. É difícil compreender a frustração que o Rollins sentia na altura com a sua própria música, razão pela qual decidiu abandonar os palcos durante mais de dois anos. A secção rítmica do Henry Grimes com o Pete La Roca é absolutamente brutal.”

Oba Loba na ZDB

[Fotografia: Vera Marmelo]

O grupo Oba Loba, de Norberto Lobo e João Lobo, vai apresentar-se ao vivo na Galeria Zé dos Bois no próximo dia 17 de Março. O grupo editou no ano passado o disco “Sir Robert Williams” pela Three:four records. O grupo é agora um sexteto e na ZDB João e Norberto irão contar com a companhia de Giovanni Di Domenico, Ananta Roosens, Jordi Grognard e Lynn Cassiers.

Lx Jazz Sessions em Março

João Lencastre

Acaba de ser anunciada a programação das Lx Jazz Sessions para o mês de Março. O Rive Rouge vai continuar a acolher concertos de tons jazzísticos às quartas-feiras, promovendo quatro projectos nacionais: João Lencastre’s Communion (dia 7, apresentando o novo disco “Movements In Freedom”), Kika Santos (14), João Hasselberg & Pedro Branco (21) e João Barradas Trio (28). Após os concertos há sempre “dancefloor jazz”, com vários DJs.

Ao vivo: Diogo Duque “A Viagem de Laniakea”


[Fotografia: Jorge Carmona]

O trompetista e compositor Diogo Duque apresentou o seu novo projecto, “A Viagem de Laniakea”, ao vivo no Museu Nacional de Arte Antiga, no passado dia 27 de Fevereiro. Aqui fica a descrição do concerto nas palavras de Daniela Duarte.

“Diogo Duque prometeu e foi, de facto, a uma viagem sonora que nos conduziu na passada terça-feira no Auditório do Museu Nacional de Arte Antiga. Com partida a lembrar o mestre Baden Powell e o seu agridoce “Tristeza e solidão”, mostrou desde o início a forma sensível e intensa com que o trompete nos iria brindar durante todo o percurso e paisagens das suas novas criações. Assistiu-se a um belíssimo casamento entre o contrabaixo de Francisco Brito e a guitarra de Pedro Branco, interrompido pela criativa improvisação com que o jovem guitarrista já nos habituou, ao servir-se dos seus pedais para acrescentar uma outra dimensão cósmica às cordas. A percussão começou tímida a marcar passo e rapidamente, com a mestria de José Salgueiro, se tornou o motor de algumas das composições, com ritmos que lembram viagens a culturas remotas onde a música é tradição inerente à condição humana. Simultaneamente, foi-se assistindo à construção de uma narrativa visual conduzida pelas ilustrações de Valério Giovannini, lembrando sempre o importante papel da criação através das figuras femininas que iam sendo criadas e que de forma poética nos iam lembrando Deusas do Olimpo perdidas e encontradas num infinito cenário idílico de matéria interestelar. Ficaram em falta as palavras da não presente Ana Sofia Paiva, aguçando a vontade de voltar a um reencontro próximo, desta vez para uma Viagem de Laniakea mais rica e completa.”

Documentário sobre Milford Graves no IndieLisboa

O festival de cinema IndieLisboa aproxima-se e acaba de ser anunciada a programação do IndieMusic, a secção do festival dedicada à música. Um dos filmes que vai ser exibido na secção é o documentário “Milford Graves Full Mantis”, filme de Jake Meginsky e Neil Young sobre o criativo percussionista Milford Graves.  A secção IndieMusic vai ainda apresentar os filmes: “Betty – They Say I’m Different” (Phil Cox), “Ethiopiques – Revolt of the Soul” (Maciek Bochniak), “French Waves” (Julien Starke), “Here to be Heard: The Story of the Slits” (William E. Badgley), “Hip to da Hop” (António Freitas e Fábio Silva), “L7: Pretend We’re Dead” (Sarah Price), “MATANGI / MAYA / M.I.A.” (Steve Loveridge), “Não Consegues Criar o Mundo Duas Vezes” (Catarina David e Francisco Noronha), “Ryuichi Sakamoto: Coda” (Stephen Nomura Schible) e “Studio 54” (Matt Tyrnauer). A 15ª edição do IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema realiza-se entre os dias 26 de Abril e 6 de Maio.

Livro “As Serious As Your Life” reeditado

O livro “As Serious As Your Life: Black Music and The Free Jazz Revolution, 1957–1977”, da autoria de Val Wilmer, acaba de ser reeditado pela Serpent’s Tail.  O livro é já um clássico obrigatório para os fãs de jazz, com a fotógrafa e escritora Valerie Wilmer a documentar a cena free jazz através dos percursos musicais e pessoais de músicos como John Coltrane, Albert Ayler, Ornette Coleman e Sun Ra. Assinalado esta nova edição da “bíblia” do free, a revista Wire acaba de publicar um excerto do livro, que pode ser consultado aqui.

As imagens de Sei Miguel

O trompetista e compositor Sei Miguel acaba de publicar o “Livro das Imagens”, numa edição d’O Homem do Saco em colaboração com a Marmita de Gigante. O livro reúne um conjunto de 72 ilustrações originais da autoria de Sei, desenvolvidas entre 2012 e 2015. O livro inclui também dois comentários poéticos de Gastão Cruz: “Divagação” e “A Beleza dos Seres”.  Tal como a sua música, também o traço de Sei Miguel é único: convoca um universo pessoal, é enigmático, convoca referências múltiplas, aproxima-se até de um certo surrealismo. Tal como acontece também com a sua música, Sei convoca-nos para a sua beleza particular, desafia e nunca resolve de forma óbvia.

Ver é torcer a beleza dos seres
por estarem talvez demasiado
iluminados e vivos
Gastão Cruz (excerto)