Casa Fernando Pessoa acolhe novo ciclo de piano


João Paulo Esteves da Silva [Fotografia: Vitorino Coragem]

A Casa Fernando Pessoa vai acolher um novo ciclo de piano. “O piano no meio da sala” é o nome do ciclo que vai acolher actuações de vários pianistas e o primeiro concerto terá lugar no dia 18 de Janeiro, às 19h00, com João Paulo Esteves da Silva (o disco “Brightbird” continua fresco). Seguem-se depois os pianistas David Schvetz (Março), Paula Sousa (Abril), Mário Laginha (Maio) e Pedro Burmester (Junho). A Casa Fernando Pessoa fica situada na Rua Coelho da Rocha 16 (Campo de Ourique), em Lisboa, e os bilhetes para este ciclo têm o preço único de 5€.

The Selva em residência no gnration

[Fotografia: gnration]

Os The Selva encontram-se a desenvolver uma residência artística no gnration, em Braga. O resultado do trabalho será apresentado com um concerto ao vivo, no dia 12 (sexta-feira), às 22h30. Ricardo Jacinto, Gonçalo Almeida e Nuno Morão falam-nos sobre a residência e aquilo que daí virá.

 

Que tipo de trabalho estão a desenvolver na residência?
Esta residência surge no intervalo de uma pequena tour entre Lisboa e Pontevedra. Demos quatro concertos e em seguida parámos no gnration para preparar o material que fará parte do nosso próximo disco. Foram-nos disponibilizadas ótimas condições para gravar e por isso temos estado a fazê-lo em continuidade ao longo destes dias. O facto de já termos dado 4 concertos e termos mais 3 em seguida, faz com que nesta residência tenhamos por um lado novo material que surgiu nos concertos e por outro possamos ainda testar ao vivo algumas novas composições trabalhadas na residência.

Que novidades serão apresentadas no concerto?
A Selva é um trio que explora de um modo sistemático, mas aparentemente muito orgânico, um conjunto alargado de referências musicais numa lógica de dispersão idiomática. Esta característica que, de algum modo, já estava presente no primeiro disco será aqui desenvolvida tanto em faixas duracionais como em miniaturas. Estes são dois formatos que gostamos muito de explorar e que, paradoxalmente, exigem uma grande contenção e disciplina. São estes eixos que estamos determinados a desenvolver numa lógica de conseguir manter a organicidade e imprevisibilidade que queremos para os concertos, mantendo ao mesmo tempo controlo da forma e estrutura.

Como está a decorrer a residência? É uma experiência que querem repetir mais vezes?
Está a correr muito bem, tanto internamente como na relação com o pessoal do gnration. Faz muita falta estender à música este tipo de programas de residência, que por exemplo nas artes plásticas são muito comuns. É fundamental que hajam mais espaços que recebam em residência projetos musicais pois é que aqui que se possibilita de um modo estruturado a sedimentação do trabalho criativo e se dá aos artistas/grupo um período de concentração. Parece-nos também que este tipo de projetos permite que haja uma interação muito desejável entre artistas em residência e músicos/artistas/escolas locais. Neste caso iremos realizar um workshop de improvisação com um ensemble de 13 alun@s do Conservatório Gulbenkian de Braga. Estamos a preparar com bastante interesse esta dimensão da residência pois identificamos uma falta muito grande de práticas de improvisação musical no contexto académico. No contexto académico português há a ideia de que a improvisação é um parente pobre da composição e da interpretação e que quando surge é uma prática exclusiva do Jazz. Interessa-nos desenvolver estes workshops tanto em torno da improvisação livre como de lógicas de improvisação mais orientadas.

Valença acolhe ciclo de jazz


Mariana Vergueiro

Nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março realiza-se em Valença um ciclo de jazz, apresentando dois concertos por mês. O Ciclo de Jazz de Valença terá lugar entre a Quinta do Caminho e o Auditório CILV e o programa é assegurado exclusivamente por músicos ligados à Porta-Jazz: Alexandre Coelho, Mariana Vergueiro, Renato Dias, MAP, Luis Lapa & Pé de Cabra e Miguel Ângelo. Os concertos começam sempre às 21h30 e têm entrada livre. Aqui fica o programa completo.

3 Jan: Alexandre Coelho Quarteto (Quinta do Caminho)
27 Jan: Mariana Vergueiro Quarteto (Auditório CILV)
10 Feb: Renato Dias Trio (Quinta do Caminho)
17 Feb: MAP (Quinta do Caminho)
10 Mar: Luis Lapa & Pé de Cabra Quinta do Caminho
24 Mar: Miguel Ângelo Quarteto (Auditório CILV)

Sirius apresentam disco de estreia na ZDB

[Fotografia: Vera Marmelo]

Sirius é um duo que junta o trompete de Yaw Tembe com a percussão de Monsieur Trinité (que se considera “manipulador de objectos diversos”). O duo trabalha uma música improvisada e acaba de publicar o seu disco de estreia, “Acoustic Main Suite plus The Inner One“, editado pela Clean Feed. Assinalando a edição do disco, a dupla apresenta-se ao vivo na Galeria ZDB no próximo dia 17 de Janeiro (bilhetes a 6€).

O projecto, que rouba o nome a um disco de Coleman Hawkins, nasceu quando Trinité se juntou como convidado ao projecto a solo de Yaw, “Círculo de 3Pontas”. Conta o trompetista: “Vimos que havia potencial para criarmos algo de raiz e desde cedo sentimos a necessidade em seguirmos por um processo de depuração dos sons ao encontro de fundamentos básicos da matéria, do sopro e do gesto”.

O disco agora editado é o resultado de um longo caminho, como confessa Yaw: “Durante estes seis anos passamos por diversos estados (acústico, electrónico, utilização de samples) e recentemente constatamos que apesar dessas mudanças a identidade do duo sempre se manteve. The Inner Suite… é assim um eco dessas mudanças, tendo ela também ocorrido num tempo bastante próprio e singular.”

Conta Monsieur Trinité: “O disco foi gravado no Panteão Nacional pelo sonoplasta e músico Tiago Varela, tendo sido editado no Namouche com produção de Sei Miguel e Joaquim Monte, tendo também participado o sonoplasta Cristiano Nunes.” Segundo Yaw, Sei Miguel “foi como que um terceiro elemento de Sirius, paciente e minucioso na escuta”.

O duo Sirius apresenta-se ao agora vivo na ZDB, celebrando a edição do disco. Sobre o concerto, Trinité não faz previsões, mas diz que “vai depender do humor do dia e da psicogeografia do espaço”.

El Intruso: 10th Annual Critics Poll

Fui mais uma vez convidado a participar na votação anual do site El Intruso, que reúne as escolhas de 58 críticos de jazz e música improvisada de diversos países. Aqui estão os resultados finais:

Músico do ano: Wadada Leo Smith
Músico revelação: Jaimie Branch
Grupo do ano: Vijay Iyer Sextet
Grupo revelação: Irreversible Entanglements
Disco do ano: “Far From Over” – Vijay Iyer Sextet (ECM)

Votações completas no site El Intruso:
http://elintruso.com/2018/01/05/encuesta-2017-periodistas-internacionales/

Trio The Selva em tour

O trio The Selva vai arrancar o ano novo com uma digressão que vai passar por Portugal e pela Galiza.​ O trio de Ricardo Jacinto (violoncelo), Gonçalo Almeida (contrabaixo) e Nuno Morão (bateria) trabalha uma música abertamente improvisada e lançou o seu disco de estreia no ano passado, com edição Clean Feed. Em Portugal esta tour vai passar por Lisboa, Porto, Braga, Viseu e São Gregório (Caldas da Rainha). Aqui fica a agenda completa do trio.

4 Jan: Sabotage, Lisboa
5 Jan: Sonoscopia, Porto
6 Jan: Liceo Mutante, Pontevedra
7 Jan: Bétun, Tui
12 Jan: gnration, Braga
13 Jan: Carmo 81, Viseu
14 Jan: Osso, São Gregório (Caldas da Rainha)